publicado a: 2017-06-06

Estudo revela adaptação das infestantes ao glifosato

Um grupo de investigadores da Universidade de Córdoba (UCO), em Espanha, descobriu o porquê de uma espécie de infestantes Lolium rigidum (azevém), que causa graves problemas em olival e culturas de citrinos, é capaz de resistir ao glifosato, um dos herbicidas mais amplamente utilizados.

Desde os anos 90 que se tem feito uso contínuo de glifosato, amplamente utilizado em campos de oliveiras e citrinos em toda a Espanha. Esta situação levou a que este herbicida a provoque uma pressão de seleção em dois principais espécies de infestantes Lolium rigidum e Conyza spp. Como resultado de tal pressão, a primeira destas infestantes tem sido capaz de sobreviver ao tratamento com doses de glifosato que a deveriam eliminar.

Conforme detalhado num artigo publicado recentemente na revista Frontiers in Plant Science, esta equipa de cientistas provou, mediante a utilização de carbono 14 (14C) e um sistema chamado Phosphor Imager, como o glifosato apenas penetra e se move dentro da planta, concluindo que nenhuma translocação do herbicida é na verdade um mecanismo de defesa da planta. Rafael A. De Prado, líder da equipa e professor de Química Agrícola e Edafologia, explica que, para alcançar estes resultados se realizaram prospeções, principalmente em olivais na província de Jaen e pomares de citrinos em Córdoba, Sevilha e Huelva.

Imitando as TAC com contraste que são feitas diariamente em hospitais, os investigadores da UCO aplicam sobre as amostras de Lolium rigidum dose de campo do herbicida glifosato misturado com carbono 14 (14C) e após 96 horas é feita uma imagem radiográfica da planta onde se comprova que o glifosato não se transloca por certas partes da infestante em questão.

Esta investigação que dá conta a Frontiers in Plant Science mostra que a resistência dessas infestantes ao glifosato não está associada a ações humanas ou fenómenos climatéricos, mas é algo intrínseco à planta e responde à abordagem darwiniana da adaptação espécies. A equipa planeia agora saber se o mesmo mecanismo se repete em outras plantas e com outros herbicidas.

Fonte: Phytoma

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