publicado a: 2017-01-18

O que as plantas sentem e “dizem” pode afetar o futuro do controlo de infestantes

Cientistas da Weed Science Society of America (WSSA) dizem que as plantas podem sentir e comunicar de formas que nos podem surpreender, e essas descobertas estão a abrir a porta a abordagens inovadoras para o controlo de infestantes.

“Historicamente nós pensamos nas plantas como organismos relativamente simples, mas na verdade elas estão quase constantemente a mudar, à medida que sentem e respondem ao que está a acontecer ao seu redor", diz o Dr. Clarence Swanton, investigador da Universidade De Guelph (Canadá).

Swanton fez uma série de descobertas importantes sobre as plantas e o que elas parecem sentir. Mais recentemente, ele descobriu que as sementes de milho podem detetar se as infestantes estão a crescer acima do solo. Eles fazem essa depreensão com base na luz refletida pelas infestantes, que penetra na superfície do solo. Quando as sementes sentem infestantes a surgir, são acionadas mudanças celulares para retardar a germinação - resultando em perdas de rendimento irrecuperáveis.

Swanton acredita que com mais investigação, os cientistas podem encontrar uma forma de proteger as sementes do stress que experimentam quando detetam as infestantes que crescem acima delas. "Com o tratamento certo, poderíamos ser capazes de desencadear uma reação benéfica e realmente impulsionar o desenvolvimento e o surgimento de novos crescimentos", diz ele.

Swanton descobriu anteriormente que a luz refletida pelas infestantes também ajuda plantas de milho e soja já crescidas a sentirem quando os "concorrentes" estão a crescer por perto. As colheitas respondem com as mudanças químicas que inibem o seu sistema radicular e o seu crescimento acima do solo.

"É fundamental que os agricultores controlem infestantes precocemente para que as plantas estejam livres de concorrentes nos primeiros estágios de seu crescimento", diz ele. "Os atrasos podem ser dispendiosos. As infestantes não estão apenas a competir por água e nutrientes. Elas realmente estão a desencadear mudanças de nível genético que afetam o rendimento das culturas."


Fonte: Weed Science Society of America

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