publicado a: 2017-03-27

Compactação do solo contribui para perda de produtividade

A compactação do solo é um dos principais motivos de perda de produtividade nas culturas. Quanto mais compactado, maior é a dificuldade de reter água, o que acaba por influenciar o rendimento das plantas. Por isso, é muito importante que o produtor avalie a compactação em campo. Existem diversas formas para a análise, desde abrir uma trincheira até usar instrumentos de medição.

Marcio Albuquerque, diretor da Falker, empresa que desenvolve equipamentos para Agricultura de Precisão, destaca a necessidade de trabalhar com números e registos para evitar apenas suspeitas ou impressões de que o solo está duro. "Decisões que são tomadas com base em dados concretos e não apenas impressões são as que trazem melhores resultados. Desta forma, o produtor poderá comparar a compactação entre as diferentes áreas e a evolução da mesma ao longo do tempo”, afirma.

Segundo Albuquerque, quando a medição é feita por medidores eletrónicos, existe praticidade para medir em diferentes pontos e conhecer como a compactação está distribuída. Garante que as ações podem ser bastante diferentes se o problema ocorrer na área total ou apenas em pontos isolados. “Para quem trabalha com agricultura de precisão, é possível também gerar mapas de compactação do solo para comparar com outros mapas da área, como os de produtividade e fertilidade”, explica.

Ao saber a profundidade da compactação, o produtor poderá definir o tipo de ação que será tomada e muitas vezes conhecer a sua origem. O impacto para a cultura será muito diferente se, por exemplo, a camada compactada estiver a 15 centímetros ou 30 centímetros. E, nestes casos, as ações a serem tomadas também serão diferentes. “A análise com medidores eletrónicos permite traçar o perfil do solo a cada centímetro, indicando não apenas a intensidade do problema, mas também a sua profundidade”, salienta Albuquerque.

De forma geral, a compactação limita a capacidade do solo de reter água, o que é mau para culturas irrigadas ou de sequeiro. No entanto, as áreas irrigadas acabam por sofrer maior impacto, pois normalmente tem uso mais intensivo e trânsito de máquinas com alta humidade no solo. Conforme o especialista, quando uma área irrigada está compactada, o sistema como um todo perde, uma vez que o solo terá menos capacidade de reter água do que projetado. “Com isto, pode ocorrer falta de água em camadas abaixo da zona compactada e excesso nas camadas superficiais”, ressalta.

A Embrapa e a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Brasil, também desenvolvem trabalhos que visam alertar o produtor para a questão da compactação do solo. A Embrapa Trigo, por exemplo, indica como alternativa para amenizar o efeito da compactação sobre as culturas da soja e do milho, equipar a semeadora com elementos rompedores de solo de ação profunda. Já a UFSM participa desde 2003 do Projeto Aquarius que desenvolve a Agricultura de Precisão no Brasil e é pioneiro em implementar no Rio Grande do Sul, áreas comerciais com o ciclo completo de Agricultura de Precisão. O projeto possui um banco de dados que contém resultados de análises de solo e rendimento de culturas. O trabalho mostra o impacto na produtividade causado pelas áreas compactadas.

Com o objetivo de ajudar o produtor a entender melhor a questão da compactação do solo, a Falker elaborou quatro importantes motivos para que conheçam a condição física das suas áreas:

  1. Trabalhe com dados concretos
  2. Saiba onde está o problema
  3. Conheça a profundidade da camada compactada
  4. A compactação interfere na eficiência da irrigação


Fonte: Agrolink

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