publicado a: 2016-04-28

Fungicidas sistémicos e preventivos

As doenças provocadas por fungos justificam a maior parte dos tratamentos fitossanitários. No mercado nacional, os fungicidas representam o maior volume de produtos fitofarmacêuticos comercializados, sendo aplicados em quase todas as culturas e assumindo em muitas delas um papel chave, como é o caso da vinha e árvores de fruto.

O fungo é um microorganismo muito semelhante à planta na qual provoca infeções. A sua dispersão é feita por estruturas, os esporos, cuja função é muito semelhante à das sementes. Depois de "pousar" sobre o alvo biológico, e havendo condições ambientais favoráveis (água e temperatura do ar), o esporo germina e dá origem a um novo organismo em que os haustórios assumem o papel de raízes e penetram no hospedeiro provocando a infecção. Este é o momento crucial em que se dá a infecção e a partir do qual se pode definir o "antes" e o "depois". É com base nesta separação que a estratégia de utilização dos fungicidas é definida.

Caso se prevejam condições favoráveis à ocorrência de infecção, pode aplicar-se um produto preventivo que forma uma barreira protetora na superfície da planta e impede a penetração dos haustórios. Esta funciona durante aproximadamente 7 dias, dependendo da substância activa e das condições atmosféricas. No caso de a precipitação acumulada ultrapassar os 20 mm, considera-se que o efeito do tratamento foi anulado por lavagem.

Se a infecção já tiver ocorrido, um fungicida curativo penetra na planta e pode destruir as estruturas do fungo cuja penetração tenha ocorrido até há 5 dias atrás. Mais uma vez este facto depende da substância ativa em causa e das condições climáticas, sabendo-se que a eficácia é tanto maior quanto maior for a temperatura do ar.


por Hugo Pires
Engenheiro Agrónomo
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