publicado a: 2017-09-07

Água da chuva pode salvar solos agrícolas e ajudar combate a fogos

Estudos levados a cabo pela UTAD revelaram que os problemas dos solos florestais e os fogos em Portugal podiam ter solução no aproveitamento da água da chuva.

"Como podemos usar a água da chuva para acabar com os problemas do ponto de vista agrícola?" Foi a pergunta de partida de um grupo de investigadores, alunos e professores dos departamentos de Engenharia Civil, Florestal e de Geologia da UTAD. Cheias durante o inverno, secas durante o verão e má qualidade da água, com excesso de fertilizantes e nutrientes, foram o alarme. A investigação foi feita, através de sistemas de informação geográfica, e desenvolveram um modelo que analisa os vários aspectos ecológicos envolventes: ocupação do território, diferentes tipos de solo, de agricultura e de cobertura vegetal, de modo a encontrarem a solução- o aproveitamento da água da chuva.

O projecto-piloto já foi submetido a patente, publicado no ‘Journal of Hydrology’ e tem como objectivo tirar partido da recolha da água da chuva e aproveitá-la para fins agro-florestais, mas não só! Criar reservas para o combate aos fogos. Rui Cortês, professor envolvido no projecto, mostra-se optimista em relação ao futuro e explica até ser possível usar a madeira já ardida para criar barreiras, de modo a quebrar o escoamento de águas no solo.

Portugal dispõe, há cerca de um mês, de um Plano de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca, que tem um conjunto de medidas de prevenção destes fenómenos, porém registou os piores números dos últimos 20 anos. O assunto é actual e a preocupação cada vez maior. O verão em clima de inferno vivido este ano, alertou as pessoas para problemas até agora ignorados. Este sistema de aproveitamento de águas será uma mais-valia para os futuros anos e poderá até influenciar o uso de outras alternativas ao combate aos fogos. A ideia, concebida por professores e alunos da universidade, permite diminuir a lotação dos recursos hídricos da superfície, cada vez mais escassos.

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