publicado a: 2016-03-30

Apicultor inovador: Mel de canábis com abelhas treinadas

Foto: Nicolas Trainerbees

Chama-se Nicolas e é conhecido como Nicolas Trainerbees (treinador de abelhas, em Inglês), um apelido que não é coincidência. É um artesão, serralheiro, mas especialmente apicultor.

Os seus mais 9000 seguidores no Facebook e quase 5000 no Instagram, maravilham-se com as fotos de plantas de canábis a receberem uma visita improvável. Apesar de algumas pessoas se poderem assustar com abelhas juntos às suas culturas, esse é o principal objetivo deste francês de 39 anos, que é defensor do canábis medicinal e da sua legalização.

Trainerbees (treinador de abelha) usa esse apelido há mais de 20 anos, porque ele sempre gostou de passar o tempo com as abelhas, observando-as e domesticando-as.

"Eu tenho treinado abelhas para fazer várias coisas, como recolher açúcar da fruta, em vez de usar flores." Mas além delas, ele também praticou com tarântulas, lagartos e formigas, porque é, segundo ele, "uma apaixonado pela natureza desde a infância". Este aspeto levou-o a tornar-se auto-didata no mundo da biologia animal, entomologia, no cultivo de canábis, na melhoria de todos os tipos de plantas e tudo o que tenha a ver com o mundo das colmeias.

À sua principal descoberta colocou o nome de Cannahoney, que é nada mais, nada menos do que mel de canábis. Embora Nicholas explique que "apenas" tenha pensado "numa técnica de treino em que as abelhas recolhem a resina e a utilizam na colmeia. A substância só é mesmo fruto do trabalho destes pequenos insetos".

"Tudo o que passa através do corpo de uma abelha melhora", diz, pois as suas enzimas fazem com que o néctar se torne no mel desejado. A resina obtida a partir de salgueiro, choupo e outras árvores torna-se em própolis, que é anti-séptico, antibiótico, antifúngico, antibacteriano e cicatrizante. "Então, se a abelha tem resina de canabis será também muito benéfica. Nasceu para mim o novo desafio, que as abelhas obtenham esta resina", diz.

Depois de anos de experimentação e observação conseguiu que o seu treino resultasse em 2014: "Com a grande surpresa que as abelhas utilizavam a resina como própolis", e também para criar mel com os mesmos efeitos que o canábis. Este mel tem "um sabor delicioso e agradável" que lembra a planta fresca, embora o sabor mude ligeiramente de uma colheita para outra.

O Cannahoney geralmente tem um odor "bastante floral" e uma cor que varia ligeiramente, em função das variedades, embora normalmente vá do verde claro ao branco ou amarelo. A substância "não se fuma, ingere-se e é boa para a saúde", diz o criador.

Sobre as suspeitas de que os pequenos insetos possam ser afetados pelo canábis, Nicholas explica: "As abelhas que produzem o Cannahoney não são afetados por canabinoides, porque elas não têm sistema endocanabinoide".

Nicolas tem agora 30 colmeias, muitas das quais utilizados para o projeto do mel de canábis. Nicolas dedica a maior parte de seu tempo a esta tarefa, por isso não tem site ou blogs: "Trabalho apenas com minha esposa e não tenho tempo ou dinheiro para fazer muito mais". Agora, o seu objetivo principal é deixar a França para trabalhar com mais liberdade e obter profissionais do setor para analisar o seu trabalho. O seu próximo destino, se tudo correr como esperado, será Espanha.


Fonte: Agriculturers

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