Análise semanal dos mercados - 28 a 31 de julho

28 julho

A semana iniciou-se com uma baixa generalizada do preço dos cereais nos mercados europeus, devida, sobretudo, às boas condições climatéricas no hemisfério norte, que levam a boas previsões de colheita.

A ligeira recuperação do euro face ao dólar teve, também, uma componente negativa nos preços.

As previsões de produtividade para a Europa foram revistas ligeiramente em baixa, mas situam-se dentro dos valores normais.

O mercado de todas as matérias-primas está a sofrer das incertezas que existem em termos dos mercados financeiros a nível mundial.

No mercado americano, forte descida do milho, com boas previsões de produção este ano. O trigo acompanhou esta tendência do milho. Os fundos de investimento estiveram vendedores de 30 000 lotes de milho, 14 000 lotes de soja e 4 000 lotes de trigo, o que contribuiu decisivamente para a descida dos preços destes produtos.

A soja registou também uma descida apreciável, uma vez que as perspectivas de produção continuam a ser boas.

No mercado do Mar Negro, de salientar a desvalorização do rublo, cuja cotação está, neste momento, à volta dos 60 rublos por dólar, o que torna o trigo mais competitivo no mercado mundial. No entanto, com esta desvalorização está imposta a cláusula de taxação à exportação, cujo valor, neste momento, se situa à volta dos 3,5 dólares por tonelada.

29 julho

Nos mercados europeus registou-se uma estabilização dos preços, depois das quedas dos últimos dias.

Neste momento, as chuvas no norte da Europa estão a impedir o avanço das colheitas, sendo que os rendimentos são perfeitamente normais, não se concretizando os receios que existiam, de prejuízos devidos aos fortes calores registados no início de Julho.

No mercado americano, ligeira recuperação do preço dos cereais, depois das fortes quedas dos últimos dias. Para isso também contribuiu o reposicionamento dos fundos, que estão numa altura de fim de mês e de organização das suas contas. Assim, os fundos estiveram compradores de 3 000 lotes de milho, 5 000 lotes de trigo e 7 000 lotes de soja.

A soja foi a que registou maior subida, mas apesar de continuar a haver alguma apreensão com as produções para este ano, devido à instabilidade atmosférica, foi o movimento técnico de correcção por parte dos fundos, o principal responsável pela subida do preço.

No mercado do Mar Negro, nada de relevante a assinalar. A Rússia já terminou a colheita na Crimeia, sendo que este ano a produção colhida, fará parte das estatísticas russas e não das ucranianas.

30 julho

Nova baixa de preços dos cereais nos mercados europeus, com o reinicio da ceifa do trigo, que tinha estado suspensa devido às chuvas.

Afinal os rendimentos são bons e contrariam as estimativas de perca de produção.

O trigo também desceu em Chicago, o que contribuiu Pra a descida de preços na Europa.

A cevada está a ser arrastada pela descida do trigo.

No mercado americano descida de preços dos cereais, com os fundos a estarem vendedores de 12000 lotes de milho e de 8000 lotes de trigo.

A fraca competitividade do trigo americano no mercado mundial é a grande responsável por esta descida.

A soja teve uma sessão muito volátil acabando com uma estabilidade de preços.

É neste momento muito difícil de avaliar os efeitos das adversidades climatéricas na produção, pelo que os analistas consideram que esta volatilidade vai continuar até à publicação do próximo relatório mensal da USDA de 12 de Agosto.

No mercado do Mar Negro, o facto mais saliente é o aparecimento de chuvas, que vão seguramente colmatar algum deficit hídrico que existia nas zonas produtivas de milho.

31 julho

Mercados europeus muito calmos depois das descidas dos últimos dias.

A produtividade do trigo em França confirma-se ser boa, no entanto foram colhidos para silagem mais cereais de inverno que o normal devido â falta de erva.

Bruxelas emitiu esta semana certificados à exportação para 324.000 t de trigo e de 240.000 t de cevada.

O International Grain Council reviu as estimativas mundiais de produção para o trigo e o milho para 710 e 966 milhões de toneladas respetivamente, enquanto que as anteriores estimativas eram de 711 e 963 milhões de toneladas.

Ligeira recuperação dos cereais no mercado americano, corrigindo um pouco das recentes baixas.

A soja teve uma subida de preço, devido à boa atividade à exportação, sendo que a USDA anunciou uma venda de 140.000 t com destino desconhecido e os chineses estão no mercado para tentar aproveitar os preços baixos.

No mercado do Mar Negro a Ucrânia já colheu cerca de 20 milhões de toneladas de trigo e deve atingir este ano as 24 milhões de toneladas, um valor ligeiramente inferior ao do ano passado, que foi no entanto um ano recorde de produção.

Fonte: Agroinfo