publicado a: 2015-06-05

Análise semanal dos mercados - 1 a 5 de junho

1 junho

A semana passada acabou com uma descida de preços dos cereais nos mercados europeus. A aproximação da colheita com muito boas perspectivas de produção está a influenciar directamente a evolução dos preços.

A colza manteve-se estável.

No mercado americano temos nova descida do preço dos cereais, sobretudo do trigo, pois não se confirmam as perspectivas negativas para a produção nos Estados Unidos, antes pelo contrário.

Os fundos estiveram vendedores de 6.000 lotes de trigo e 4.000 de milho e compradores de 7.000 lotes de soja.

A soja teve uma ligeira recuperação de preços, uma vez que o relatório do Departamento Agrícola dos Estados Unidos trouxe números das exportações superiores ao previsto, o que motivou um movimento de especulação por parte dos fundos.

Outro factor que pesou na subida de preço foi o da procura crescente de biodiesel, o que favoreceu todos os óleos.

Neste momento, mais de 60% da área de soja para a próxima campanha já está semeada nos Estados Unidos.

No mercado do Mar Negro de referir que a produção na Rússia não deve vir a ser afectada pelo tempo quente, uma vez que ocorreram trovoadas na região.

Foi anunciado o sistema de taxação russa para a exportação de cereais, que entrará em vigor a partir de 1 de Julho. Este sistema tem uma taxa base referenciada a um valor de venda do trigo e subirá se esse valor for aumentado no mercado.

Nas condições actuais a taxa é de 1 dólar por tonelada, o que é negligenciáveis.


2 junho

Subida do preço dos cereais nos mercados europeus, devido à forte subida do trigo em Chicago.

Este parece ser um movimento meramente especulativo, uma vez que não são as fortes temperaturas esperadas esta semana na Europa que podem influenciar significativamente a produção e consequentemente influenciar os preços.

No mercado americano o milho esteve estável, sendo que o trigo, como dissemos, teve uma forte subida, devido à posição dos fundos que estiveram compradores de 9.000 lotes de trigo.

A soja caiu de preço, pressionada, sobretudo pelas boas perspectivas para a futura soja americana. Se não houver nenhuma alteração das condições climatéricas a tendência é que a soja deve continuar a descer em Chicago, pois os compradores estão mais orientados para a América do Sul. As exportações físicas dos Estados Unidos da última semana ficaram abaixo das expectativas dos operadores.

No mercado do Mar Negro continuam as temperaturas altas na região, mas este fim-de-semana ocorreram algumas trovoadas. As exportações de trigo da Rússia estão a aumentar, devido ao fim da taxa e a Ucrânia registou um bom volume de exportação de milho a semana passada.


3 junho

Nos mercados europeus os preços estiveram estáveis depois da subida da véspera.

Neste momento é Chicago que está a mandar nos preços, sendo que na Europa não se registou nova subida, devido à revalorização do euro face ao dólar.

As últimas previsões de produção ao nível da União Europeia são de 141,5 milhões de toneladas para o trigo (o mês passado esse número era de 141,6) e a produção de 2014 foi de 148,8 milhões de toneladas. Para a cevada os números são 59,5 milhões de toneladas, contra 58,6 milhões de toneladas o mês passado. No milho as previsões são de 69,1 milhões de toneladas, contra 66,3 milhões de toneladas o mês passado e 77,8 em 2014.

Em termos mundiais as maiores preocupações vão para a vaga de calor que assola a Índia, onde a produção de trigo deve ter uma redução considerável.

No mercado americano subida do preço dos cereais, sobretudo o trigo, devido ao movimento especulativo dos fundos que estiveram compradores de 11.000 lotes de milho e 9.000 lotes de trigo e 9.000 lotes de soja.

A soja também registou uma subida, pois além do movimento especulativo dos fundos, que foi motivado pela forte desvalorização do dólar face às principais moedas, as condições climatéricas nos Estados Unidos com fortes chuvas alarmaram os operadores.

No mercado do Mar Negro de registar o fim das sementeiras de Inverno na Ucrânia. Na Rússia e no Cazaquistão existe ainda um atraso significativo.


4 junho

Situação de consolidação de preços nos mercados europeus, mas já com sinais de possíveis descidas.

As fortes temperaturas do norte da Europa deve vir a permitir que a colheita da cevada comece nos próximos 15 dias. Muito poucos negócios no mercado internacional.

Pouca variação de preços nos mercados americanos, que foram suportados pela desvalorização do dólar.

A soja teve uma sessão muito volátil, acabando com uma ligeira descida de preço. Os operadores estão muito atentos à evolução das condições meteorológicas nos Estados Unidos, pois estão previstas chuvas fortes em certas regiões, o que pode vir a atrasar significativamente as sementeiras.

Dia 8 será publicado o boletim do Departamento Agrícola dos Estados Unidos com a previsão das áreas semeadas esta campanha.

No mercado do Mar Negro de registar um avanço na maturação dos trigos ucranianos, cuja produção deve situar-se dentro dos valores normais. As culturas de Primavera também apresentam um bom estado de desenvolvimento.

As únicas preocupações vão para algumas regiões da Rússia que têm tido temperaturas muito elevadas, o que pode levar a perdas de produtividade.


5 junho

Os preços dos cereais mantiveram-se nos mercados europeus, suportados pela evolução positiva em Chicago, tudo isto devido às altas temperaturas no norte da Europa e às fortes chuvas nas zonas de produção nos Estados Unidos.

As temperaturas devem, contudo, voltar ao normal na Europa este fim-de-semana e não se esperam quaisquer problemas com as culturas.

Bruxelas emitiu certificados à exportação esta semana para 481.000 toneladas de trigo e de 74.000 toneladas de cevada. Por outro lado, foram emitidos certificados de importação de 292.000 toneladas de milho.

No mercado americano subida de preço de todos os produtos, devido às condições atmosféricas, que levaram a uma posição especulativa por parte dos fundos de investimento. Estes estiveram compradores de 7.000 lotes de trigo, 7.000 lotes de soja e 6.000 lotes de milho.

A soja registou uma subida, devido, sobretudo, à posição dos fundos que se basearam num atraso de sementeiras, devido às fortes chuvas.

No mercado do Mar Negro realce para o agravamento da situação na Ucrânia, com a intensificação dos combates, o que levou o Presidente ucraniano a admitir pela primeira vez uma possível guerra com a Rússia.


Fonte: Agroinfo

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