A flavescência dourada da vinha
A flavescência dourada da videira (FD) é atualmente uma das doenças mais preocupantes na Vinha. Até agora, apenas foi detetada na Europa ocidental, embora a sua dispersão atual, em constante alteração, não seja completamente conhecida. É uma doença de quarentena, incluída na Lista A2 da OEPP e nos Anexos II/ A /II e II/ B da Diretiva 2000/29/EU e sujeita a medidas de luta obrigatórias a nível nacional.
Foi referenciada pela primeira vez no sudoeste de França (Armagnac) em meados do século XX. Em Portugal é oficialmente referida desde 2002 (detetada no inseto vetor) e desde 2006 em videiras, no Entre Douro e Minho, tendendo a expandir-se do noroeste para o interior norte e para o sul do país.
Em janeiro de 2013 foi publicado um Plano de Ação Nacional com vista ao seu controlo.
A Videira é o principal hospedeiro do fitoplasma causador da flavescência dourada. Além da Videira europeia – Vitis vinifera -, a flavescência dourada afeta também as outras espécies de origem americana do género Vitis – V. riparia, V. labrusca, V. rupestris, etc.-, bem como os seus híbridos usados como porta-enxertos.
A doença origina perdas de colheita, em quantidade e qualidade e conduz frequentemente à morte das videiras afetadas. A flavescência dourada é causada por um fitoplasma (micro-organismo do Reino Bacteria, Classe Mollicutes) denominado Grapvine flavescence dorée phytoplasma – um parasita obrigatório, estritamente dependente da videira. Este fitoplasma é transmitido das videiras infetadas às sãs pela cigarrinha da flavescência dourada (Scaphoideus titanus Ball.).
Este cicadelídeo associado à Vinha, é um pequeno inseto de origem norte-americana, introduzido acidentalmente na Europa (França - 1958). O fitoplasma da FD também se transmite por via vegetativa e tal como o inseto vetor, tem sido introduzido e disseminado em diferentes países europeus em material de propagação vegetativa da Videira. A presença do fitoplasma da FD e da cigarrinha noutras plantas (Ailanthus altissima, Alnus glutinosa, Clematis vitalba ), embora confirmada, na prática não contribui para a dispersão da doença na Vinha.
Mais informações na Circular nº10/2017 da Estação de Avisos de Entre Douro e Minho