Medidas preventivas na utilização de produtos fitofarmacêuticos
Um produto fitofarmacêutico pode não constituir qualquer risco se o utilizador actuar com cuidado, usando todos os meios de protecção recomendados e seguir as instruções de utilização expressas no rótulo.
Noções de perigo, exposição e risco
Existe frequentemente confusão entre os conceitos de perigo e risco que interessa esclarecer. O perigo é uma propriedade intrínseca do produto, que não podemos modificar quando o vamos utilizar. A exposição por outro lado, depende exclusivamente do aplicador do produto. O risco é a conjugação destes dois factores.
No caso dos produtos fitofarmacêuticos a indicação da perigosidade de um produto é dada pela sua toxicidade, que é expressa nos rótulos pelos símbolos e precauções toxicológicas.
Toxicidade - Depende das características toxicológicas dos produtos; é expressa nos rótulos (símbolos e precauções toxicológicas). NÃO é influenciada pelo aplicador.
É expressa nos rótulos através dos símbolos e precauções toxicológicas.
Exposição - Forma de contacto com os produtos: Dermal, Inalação e Oral. É influenciada pelo aplicador e depende:
- Da cultura a tratar (densidade, altura, ...);
- Das técnicas de aplicação;
- Do material de aplicação;
- Das condições de aplicação (meteorológicas, orográficas, ...);
- Da utilização do equipamento de protecção (EPI ́s) adequado;
• Da manutenção e limpeza dos EPI ́s;
- Da duração do tratamento.
Risco = Toxicidade x Exposição
O Risco reflecte a probabilidade de alguém ou algo sofrer danos quando exposto a um perigo. No caso dos produtos fitofarmacêuticos a exposição expressa-se na forma de contacto com os produtos: Dermal, Inalação e Oral e, como já foi referido, é influen- ciada pelo aplicador.
Utilizar os produtos fitofarmacêuticos com segurança é actuar sobre a exposição, evitando o contacto directo com os produtos.
Condições em que podem ocorrer contaminações acidentais
O objectivo da Indústria Fitofarmacêutica é a inexistência de qualquer acidente com produtos fitofarmacêuticos e nesse sentido preconiza a utilização de medidas preven- tivas em qualquer fase de “utilização” do produto fitofarmacêutico: na armazenagem, na preparação da calda, na aplicação e após a aplicação.
Vias de contaminação
Absorção por ingestão
Como pode acontecer a absorção por ingestão?
- Ingestão acidental devido a armazenamento inadequado dos produtos;
- Saqueta ou garrafa mal fechada e guardada junto a alimentos;
- Produto guardado numa embalagem que não é a original;
- Produto deixado ao alcance de crianças;
- Pequenas quantidades absorvidas pelo utilizador quando come, bebe ou fuma durante a aplicação;
- Gotículas de calda que chegam à boca.
Como evitar?
- Guardar os produtos fitofarmacêuticos nas suas embalagens originais, em locais próprios, seguindo as regras para um armazenamento correcto deste tipo de produtos;
- Utilizar sempre o equipamento de protecção individual;
- Não comer, beber ou fumar durante a aplicação.
Absorção dermal
Como pode acontecer a absorção dérmica?
- Gotas ou derrame de produto que entra em contacto directo com a pele, ou através da roupa;
- Arrastamento do produto durante a aplicação ou em aplicações contra o vento;
- Contacto com as partes tratadas das plantas;
- Uso de roupa ou utensílios contaminados.
Como evitar?
- Tratar apenas quando as condições meteorológicas são indicadas para o fazer;
- Utilizar sempre equipamento de protecção individual adequado e limpo.
Absorção por inalação
Como pode acontecer a absorção por inalação?
- Pequenas partículas de pó, gotículas da nuvem de pulverização, podem depositar-se na mucosa respiratória;
- Substâncias activas na forma de gás ou vapor são rapidamente absorvidas na corrente sanguínea.
Como evitar?
- Utilizar sempre o equipamento de protecção individual adequado;
- Usar máscaras para pós ou gás sempre que for recomendado pelo rótulo do produto a utilizar.