Segurança na Utilização de Produtos Fitofarmacêuticos - Aplicação
Aplicar um produto fitofarmacêutico tem como objectivo a resolução de um problema fitossanitário concreto. A concretização desse objectivo depende de vários factores, que não podem de forma alguma ser esquecidos. Uma aplicação incorrecta, para além de desperdiçar produto, pode ocasionar problemas adicionais na cultura, contaminar o aplicador e o ambiente. Neste artigo destacamos apenas os aspectos relacionados com a segurança.
Antes de iniciar a aplicação
- Garantir que na zona a tratar não existem pessoas ou animais;
- Não beber qualquer bebida alcoólica antes de iniciar o tratamento com produtos fitofarmacêuticos;
- Se utilizar um tractor, assegurar que existem luvas para usar no caso de ser necessário reparar algo no pulverizador;
- Caso a aplicação seja contratada, certificar que o aplicador está habilitado a fazê-la.
Equipamento de protecção individual (EPI)
O rótulo dos produtos, no capítulo das Precaucões Toxicológicas, Ecotoxicológicas e Ambientais, faz referência ao equipamento mínimo de protecção individual (EPI) a utilizar. Sempre que existem necessidades específicas de protecção para um produto, essa indicação está referida no rótulo.
O equipamento base de protecção recomendado durante a aplicação, consiste em:
- Fato de protecção;
- Luvas;
- Botas de borracha;
- Chapéu;
- Todo o equipamento de protecção deverá estar marcado com o símbolo CE;
- Utilizar luvas de nitrilo apropriadas (as luvas utilizadas na cozinha não oferecem protecção suficiente);
- Consultar o rótulo do produto para verificar se são necessários equipamentos de protecção adicionais (avental, máscara contra pós ou vapores e óculos; etc.);
- Garantir que os ajudantes do operador também se encontram devidamente protegidos pela utilização do EPI.
Precauções a ter durante a aplicação
- Manter as pessoas e animais afastados das áreas a tratar;
- Não comer, beber ou fumar durante a aplicação;
- Não desentupir bicos do pulverizador com a boca.
Ter atenção às condições meteorológicas que podem afectar a eficácia e segurança do tratamento:
- Não aplicar com muito vento;
- O arrastamento provocado pelo vento pode tornar-se perigoso caso o desvio se faça em direcção ao aplicador, outras culturas, água, animais ou habitações;
- Alguns produtos são facilmente eliminados pelas águas da chuva e por isso necessitam de um período sem precipitação após o tratamento;
- Evitar aplicar produtos fitofarmacêuticos nas horas mais quentes do dia.
A qualidade da aplicação do produto fitofarmacêutico influencia em grande parte o sucesso do tratamento fitossanitário e a exposição do operador.
- Em culturas altas, em que a aplicação é dirigida para cima, aumenta a exposição do operador;
- Em culturas, em espaços confinados, com as plantas altas e distâncias entre linhas reduzidas, aumenta o contacto do operador com a folhagem pulverizada;
- Na aplicação em alto volume o tamanho da lança de pulverização, a velocidade e sentido da deslocação do operador, condicionam o nível de exposição. A deslocação de costas evita o contacto com a folhagem pulverizada.
Restos da calda
Um operador experiente prepara a quantidade de calda necessária e suficiente para o tratamento que pretende realizar. Não existem em geral excessos de calda quando os operadores estão habituados a realizar os tratamentos fitossanitários nas mesmas parcelas ao longo dos anos e são eles próprios que realizam a calibração do material de aplicação.
Quando ocorram excessos de calda, o procedimento a seguir consiste em diluir essa calda e aplicá-la em zonas com plantas não destinadas ao consumo humano e animal. Nestes casos é necessário determinar a razão pela qual existiu excesso de calda e corrigir o procedimento em futuras aplicações.
Leia também: Segurança na Utilização de Produtos Fitofarmacêuticos - Preparação da Calda
Fonte: ANIPLA (Manual Técnico - Segurança na utilização de produtos fitofarmacêuticos)