Camarinhas, as pérolas do Atlântico que dão sabor e saúde
As camarinheiras são como os animais: as fêmeas reproduzem-se e os machos polinizam, mas as camarinhas já quase só existem na memória dos mais velhos. Pelo prazer e sabor que proporcionam, mas também pelas suas qualidades saudáveis e nutritivas, há uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra apostada em recuperá-las.
Já poucos se recordam das pequenas bagas brancas que eram vendidas junto às praias da zona Centro e se comiam frescas, a par de tremoços ou pevides. O costume de fazer compota ou geleia esteve também muito enraizado em algumas zonas costeiras, onde eram usadas em sobremesas e refrescos — e há até registo de receitas culinárias. As camarinhas já quase só subsistem na memória dos mais velhos, há muito que deixaram de ser colhidas e estar à venda, mas há um grupo de investigadores da Universidade de Coimbra que as quer resgatar. Pelo sabor e para bem da nossa saúde.
A espécie selvagem está em vias de extinção e os estudos preliminares confirmam as propriedades antioxidantes que lhes eram atribuídas, mas a ideia é ir mais além e potenciar a camarinha como alimento saudável e nutritivo. “Estamos a iniciar pesquisas por outros compostos bioactivos que apresentem benefícios para a saúde e tudo aponta para que mantenham todas essas qualidades, mesmo que cozinhados ou processados”, revela Aida Moreira da Silva, a investigadora do Departamento de Química da Universidade de Coimbra responsável pelo projecto científico, que dirige na companhia da colega Maria João Barroca.