publicado a: 2018-12-12

Estudo avalia a evolução da indústria fitofarmacêutica

O estudo “The evolution of the crop protection industry since 1960” indica que «o elevado nível de investimento da indústria da protecção das plantas em investigação e desenvolvimento de novas soluções conduziu a uma melhoria contínua, tanto na eficiência como no perfil de segurança dos produtos fitofarmacêuticos», indica um comunicado conjunto da Associação Nacional da Indústria para a Protecção das Plantas (Anipla) e da CropLife International. Realizado pela empresa de análise de mercado Phillips McDougall, este estudo «refere como os avanços tecnológicos ajudaram a indústria da protecção das plantas a ir ao encontro das expectativas dos consumidores por produtos mais seguros e, ao mesmo tempo, a cumprir a sua missão de ajudar os agricultores a produzirem mais e melhores alimentos», explica o comunicado.

O estudo «mostra que, desde 1950, a dose média de produtos fitofarmacêuticos aplicada por hectare reduziu em 95%, o que significa que, actualmente, os agricultores precisam de utilizar muito menos quantidade de produto para obterem os mesmos níveis de eficácia», afirma o comunicado. Em paralelo, «a quantidade de alimentos produzida por cada quilo de substância activa aplicada aumentou mais de 10%, desde a década de 1980».

Segundo o comunicado, «o perfil de segurança dos produtos também melhorou significativamente», com «uma redução média de 40% na toxicidade aguda das substâncias introduzidas no mercado desde os anos 60». Acresce a isto que «metade» das substâncias que foram introduzidas desde 2000 «pertence à classe U [pouco provável de ser perigoso, de acordo com a divisão em quatro categorias que a Organização Mundial de Saúde usa para classificar os produtos fitofármacos] e nenhuma à classe I [extremamente tóxico]».

Para António Lopes Dias, director executivo da Anipla, «Portugal é um exemplo dos dados apresentados no estudo e os nossos agricultores estão cada vez mais dotados de ferramentas e técnicas inovadoras, o que explica porque é que os nossos alimentos são dos mais seguros da zona euro, como apontou o último relatório da EFSA [Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar]». «No entanto, há ainda um longo caminho a percorrer no que diz respeito ao esclarecimento dos consumidores para os verdadeiros benefícios dos produtos fitofarmacêuticos na qualidade, segurança e preços acessíveis dos alimentos que chegam às suas mesas, diariamente.»

No comunicado conjunto, é ainda mencionado que «a capacidade, por parte dos sistemas regulatórios dos países em via de desenvolvimento, de proteger a informação confidencial e a propriedade intelectual relacionadas com um novo produto, é normalmente débil, prejudicando o investimento da indústria, sufocando a inovação e, muitas vezes, deixando os agricultores sem acesso às novas tecnologias, tão necessárias para a sua actividade». O estudo pode ser consultado aqui.

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