Investigadores defendem deteção precoce para a erradicação da xylella fastidiosa
Um estudo científico publicado na revista Nature Plants em julho deste ano defendia que as imagens aéreas recolhidas com drones e aviões podem ajudar a identificar a presença de xylella fastidiosa ainda antes de surgirem os primeiros sintomas da bactéria nas plantas afetadas. Este e outros estudos estiveram em debate durante o ‘Encontro Internacional Xylella Fastidiosa: uma ameaça imprevisível? Avanços técnicos e científicos para o controlo das doenças’, que decorreu em Valência.
De acordo com a publicação espanhola Agroinformacion.com, durante o evento, os profissionais do setor concordaram que a deteção precoce da praga é a única forma de erradicá-la.
Juan Antonio Navas-Cortés, especialista em Epidemiologia e Controlo de Doenças, partilhou as conclusões de um estudo de consórcio internacional que demonstrou que as imagens aéreas híper-espectrais e térmicas revelam mudanças nas características funcionais da planta relacionadas com a infeção de xylella fastidiosa no olival antes e depois dos sintomas serem visíveis.
De acordo com o investigador, “este trabalho demonstra o potencial de teledeteção como nova forma de vigilância para a deteção precoce e pré-visual de doenças emergentes em plantas. A metodologia apresentada permite a sua generalização e transferência a outras espécies de plantas ou doenças”.
Já José Blasco-Ivars, do Centro de Agro-engenharia IVIA, aproveitou o evento para apresentar um pequeno robot de campo que pretende ser uma solução para a deteção da doença – o XF-ROVIM. Para além de possuir controlo remoto, este robot está equipado com vários sensores de deteção proximal que podem captar de forma geolocalizada informação térmica, espectral e estrutural de plantas.
Agricultores espanhóis vão a Bruxelas exigir cessação do plano de erradicação da doença
Já esta segunda-feira os representantes da Associação Agrária dos Jovens Agricultores de Alicante (ASAJA Alicante) e da Plataforma dos Afetados pela Xylella Fastidiosa rumaram a Bruxelas para exigir que a Comissão Europeia determine a cessação imediata do Plano de Erradicação da Xylella aplicado pelo Conselho de Agricultura espanhol e que recentemente determinou a destruição de cerca de 72 mil amendoeiras no país.
De acordo com os responsáveis destas organizações, existem indícios de “graves irregularidades e incumprimentos” por parte da Administração espanhol como não arrancar muitas das plantas pela raíz.
Para o Presidente da ASAJA Alicante, Eladio Aniorte, é preciso usar “todos os meios possíveis e humanos para que o Conselho de Agricultura chegue à razão e não cometa danos irreparáveis sobre o meio ambiente, a paisagem, o turismo e a economia local”.
Conheça aqui todos os programas de investigação em marcha na União Europeia para a erradicação da Xylella Fastidiosa e saiba como tem evoluído a doença na Europa nos últimos anos.