Goji, a preparação de um novo ciclo
Apesar do frio e da chuva, janeiro e fevereiro são meses de intenso trabalho na agricultura, e um pomar biológico de goji, não é exceção. É altura de começar a preparar o novo ciclo.
À primeira vista, o aspeto é desolador… as goji perderam as folhas e as ervas aproveitaram a pausa do dezembro e a água no solo para crescer em quantidades impressionantes. Mas como em Modo de Produção Biológico as ervas são aliadas, vamos tirar partido delas.
Com a chegada do novo trator e do roça-mato, a primeira etapa foi o corte das ervas nas entrelinhas. Devolvemos ao solo a fertilidade ao deixar os restos das ervas no local, o corte garante que a terra não fica a descoberto, impedindo a erosão e, ao mantermos as ervas em toda a bordadura, temos uma verdadeira selva à disposição dos auxiliares. É claro que este trabalho é infindável e assim que acabamos de limpar as quatro parcelas, temos que voltar ao início.
Já as ervas que teimam em crescer em cima da tela anti-erva, são uma verdadeira dor de cabeça. É trabalho duro e demorado, mas tem que ser feito e quanto mais depressa, melhor.
De seguida, vamos à nossa primeira poda de formação. Durante o primeiro ano as goji cresceram à vontade e são verdadeiros emaranhados de ramos nus. Nesta altura apercebemo-nos de que apesar do aspeto, elas estão bem vivas e no fim de janeiro, já se viam pequenos gomos a quererem abrolhar.
O objetivo da poda de formação deste primeiro ano é dar força à raiz e engrossar o tronco principal, pelo que se deixa um único ramo de 40 a 50 cm. Toda a restante planta, que nos deu tanta alegria a ver a crescer, é descartada e posteriormente queimada.
Este ramo será depois encaminhado para o primeiro dos 3 níveis de tutoragem, com muito cuidado, pois os ramos de goji depois de começarem a lenhificar tornam-se quebradiços.
No fim de Fevereiro tínhamos finalmente a casa arrumada e o pomar começava a ganhar forma. Os próximos meses serão dedicados às fertilizações biológicas e aos corretivos orgânicos, enquanto os pequenos gomos se desenvolvem e transformam os ramos despidos em plantas vigorosas.
Melanie Baptista
