publicado a: 2017-12-20

Doenças da videira

Durante a poda há um conjunto de práticas preventivas que podem ajudar a controlar melhor algumas doenças que se manifestaram durante o ano.

Esca

As videiras marcadas com esta doença e aquelas onde durante a poda, observar o interior da madeira com lesões acastanhadas acompanhadas, muitas vezes, de uma lesão de consistência mole com aspeto de serrim, deverão ser removidas da parcela e destruídas.

Com efeito, não há ainda produtos químicos de combate a esta doença, sendo a melhor defesa os cuidados preventivos, nomeadamente: remoção das videiras sintomáticas e mortas e a sua queima; poda das videiras doentes depois das demais; proteção das feridas de poda pincelando-as com uma pasta cúprica, evitando a entrada dos agentes da doença; evitar grandes cortes, cortes rentes e sobreposição de cortes, cujas cicatrizes dificultarão a circulação de seiva.

Recorde que quanto mais longe do tronco (estrutura fixa da planta) mantiver a doença, menos probabilidade haverá de ela alastrar pela cepa! Relembramos que uma das principais portas de entrada na vinha será através de bacelos, enxertos- prontos ou garfos já contaminados, pelo que deverá sempre adquirir este tipo de material, acompanhado de passaporte fitossanitário.

Podridões radiculares

São doenças, comuns na nossa região, causadas por fungos do solo, que atacam as raízes, apodrecendo-as, levando ao definhamento e morte das cepas. Estas videiras, no final da primavera, apresentam os lançamentos mal desenvolvidos e a folhagem a definhar. Muitas vezes, verifica-se o apodrecimento total do cavalo, sobrevivendo a planta de raízes emitidas pelo enxerto (afrancamento).

As videiras doentes surgem próximas umas das outras, formando uma mancha, porque o fungo avança de raiz em raiz. Não havendo solução química, deve eliminar estas plantas juntamente com todas as raízes até à grossura de um dedo. Durante dois anos não deverá voltar a plantar novas plantas no sítio das que morreram.

Escoriose

Esta doença, que afeta os primeiros entrenós da vara, pode causar a morte de gomos da base levando à perda de produção e até à perda da vara. Na base das varas surgem fendas. Se esses sintomas forem frequentes na vinha, deverá durante a poda:

  • Se o vigor da cepa o consentir, deixar mais um olho por talão que o normal;
  • Eliminar as varas doentes, reduzindo a contaminação;
  • Não usar essas varas para enxertia;
  • Realizar, quando for recomendado no Aviso, os tratamentos indicados para escoriose.

Scaphoideus titanus, inseto vetor da doença “Flavescência Dourada”

Ao controlar o inseto, combatemos a doença, impedindo a sua transmissão. O inseto propaga-se por ovos que ficam na madeira da videira com dois ou mais anos. Os restos dessa madeira, resultantes da poda, deverão ser destruídos, o que permitirá baixar a população de S.titanus para o próximo ano.

O inseto só aparecerá em finais de maio, princípio de junho e quando a Estação de Avisos do Dão o detetar, será emitida uma circular, dando indicação oportuna do tratamento. Relembramos que a utilização de material de propagação (garfos/semente, barbados/porta-enxertos, enxertos-prontos) proveniente de qualquer uma daquelas freguesias ou de outras no país ou estrangeiro, onde exista o inseto, implicará o tratamento total da vinha ou viveiro onde foi introduzido, na altura e na forma preconizada por esta Estação de Avisos.

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