Vamos falar de nutrição: HORTÍCOLAS
Continuando a falar de nutrição, vamos agora olhar para as hortícolas de inverno.
Temos o morango cuja plantação começou no mês de outubro e vai até janeiro para algumas variedades. Nestes meses e com estas condições climatéricas o enraizamento deve ser quase perfeito visto que tivemos calor e depois frio o que estimula a planta a desenvolver um bom sistema radicular.
Nesta fase a aplicação de fósforo é indispensável, partindo de uma adubação de fundo na proporção de 1:1,2:1,8 (falamos da razão de N [(azoto), P (fósforo), K (potássio)]. Contudo nesta fase inicial o produtor vai continuar a estimular a planta e uma das formas é com a fertirrigação aplicando uma proporção de 0,5:1,2:0,5 para promover o enraizamento tentando evitar queimar as novas raízes. (Atenção – alguns produtores não fazem nenhuma adubação de fundo, não há regras regidas, cada um tem o seu critério e a sua experiência que é o mais importante).
Não devemos esquecer os micros em especial o Fe (ferro) e o Mn (manganês). A melhor forma de os aplicar é via foliar, no caso de ser necessário algum tratamento fitossanitário. Contudo da minha experiência o melhor efeito com o menor custo de produto aplicado é a injeção localizada (muito trabalho, mas bons resultados, cuidado com as concentrações, a ideia é poupar nos adubos - custos). No que diz respeito a aminoácidos, algas e demais deixo ao vosso livre arbítrio. Não podemos esquecer o Mg (magnésio) numa proporção de 0,2.
Ao ar livre neste momento as hortícolas são poucas, tirando o caso de couves, nabiças, espinafres, couve chinesa, alface iceberg e coentros. Embora quem pretenda e tenha capacidade está a fazer estas culturas em estufa que apesar do custo a qualidade é muito diferente.
Couves com e sem deficiência
No caso das couves uma adubação de fundo de 1:2:2 é o ideal. Não esquecer que são sensíveis à carência de Mg, B (boro), Mo (molibdénio) e S (enxofre). A couve é uma planta difícil de fazer uma aplicação foliar devido à cera existente na folha que dificulta a absorção dos nutrientes. Algumas carências surgem devido ao frio e não por falta de nutrientes no solo.
A cultura da alface neste momento só é feita em estufa sendo mais fácil de trabalhar. É uma planta sensível à carência de Ca (cálcio), Mg, B. Neste momento a carência de Ca não se manifesta. O Mg e B normalmente no solo em estufa tem um nível médio/bom devido a aplicações anteriores, exceto nos solos de textura mais arenosa. Uma adubação de fundo na proporção de 1:0,4:3 (N, P, K), será suficiente. Em caso de emergência pode-se recorrer ao sistema de rega ou á pulverização.
Alfaces em perfeito desenvolvimento
No que diz respeito ás restantes culturas: nabo (B, Mo), cebola e alho [(Cu (cobre), S], disponham.
Só duas linhas relativamente aos citrinos, cuidado com as adubações azotadas porque as temperaturas estão baixas e os processos de nitrificação são lentos. Deve-se aplicar alguns micros via foliar principalmente Fe e Cu. Atenção á permeabilidade da folha.
Como habitualmente, fico disponível para responder às vossas questões. Utilizem a caixa de comentários abaixo.
VOTOS DE BOAS FESTAS.
Nuno Francisco