O controlo de infestantes na cultura dos citrinos (parte 1)

No controlo de infestantes desta cultura devemos ter sempre em conta alguns aspetos:

• Não devem ser feitas em simultâneas culturas de outras espécies que possam afetar o controlo de infestantes (Ex. Hortícolas).
• As parcelas devem ter drenagem suficiente de forma que não haja acumulação de água que permita o desenvolvimento de algumas espécies de infestantes tais como Equisetum Spp.
• Os compassos de plantação devem permitir a boa utilização da maquinaria utilizada no controlo de infestantes.
• No caso de utilização de herbicidas é sempre recomendável a utilização de bicos anti deriva, que a pulverização seja sempre dirigida à infestante e que a aplicação seja feita a baixa pressão.
• As máquinas de aplicação de herbicidas devem ser calibradas antes de cada utilização. Permite-nos assim, ter uma uniformidade de pulverização e evitar deriva da calda para partes mais sensíveis do pomar.
• Não é aconselhada a utilização de herbicidas residuais em pomares com texturas arenosas ou perto de fontes de água.
• A aplicação de herbicidas não deve ser efetuada sempre que a velocidade dos ventos sejam superiores a 15 Km/hr.
• A temperatura máxima durante a aplicação de herbicidas não deve superar os 28ºC e a HR não deverá ser inferior a 40% e,
• Sempre que possível as infestantes devem ser incorporadas no solo através de meios mecânicos, com lavouras muito superficiais que não causem alterações significativas do mesmo (FIG. 1)

Qual a importância do controlo de infestantes na cultura dos citrinos?

Este controlo deve ser feito porque:

• Existe uma competição por nutrientes – As malvas por exemplo, necessitam de bastante azoto que armazenam nos troncos e ramos e quanto maior a sua idade maior o ritmo de absorção daquele elemento. Isto leva a uma maior necessidade de suprir a falta do mesmo à cultura. Fósforo e Potássio são mais absorvidos por plantas com raiz mais superficial.
• Existe uma competição por água – Este é um dos fatores mais importantes para que exista um real controlo das infestantes. É neste momento fator comum que há necessidade de gerir muito bem os nossos recursos hídricos e em determinadas fases da cultura mais importância esse aspeto tem.
• Afeta a qualidade do produto final – As infestantes competem com a planta por água e nutrientes, o produto final é claramente afetado (tamanho, conteúdos de açúcar, etc.)
• Afeta a elaboração de outras intervenções a serem efetuadas no pomar – Não permite uma boa visualização da tubagem de rega (deteção de fugas de água) nem que se realizem de forma adequada intervenções fitosanitárias, podas, etc.
• Existe um aumento dos custos associados a mão de obra- A presença de infestantes obriga a realizar gastos para o seu controlo.
• Servem muitas vezes de albergue a pragas e doenças.