(DRAPLVT) Estado das culturas e previsão das colheitas - Fevereiro 2019
DIREÇÃO REGIONAL DE AGRICULTURA E PESCAS DE LISBOA E VALE DO TEJO
DIVISÃO DE AGRICULTURA, ALIMENTAÇÃO E DESENVOLVIMENTO RURAL
ESTADO DAS CULTURAS E PREVISÃO DE COLHEITAS
28 Fevereiro 2019
1. Estado do tempo e sua influência na agricultura em geral
Tal como já tinha acontecido no mês anterior o tempo durante o mês de fevereiro manteve-se muito seco e
com valores de temperatura média dentro do normal para a época.
Apenas entre os dias 16 e 18 se registaram valores de precipitação significativa sendo que no total dos mês
a precipitação acumulada ficou por valores da ordem dos 20 a 30 mm o que representa menos de 30% da
precipitação normal no período.
Em termos de temperaturas máximas diárias os valores estiveram quase sempre acima do normal, em
especial no período entre os dias 20 e 26 em que se registaram temperaturas máximas próximas dos 25º C,
mas praticamente todos os dias o arrefecimento noturno foi muito acentuado originando noites muito frias.
Durante o período não se registaram ventos significativos.
O céu esteve maioritariamente limpo, embora sobretudo ao longo do vale do rio Tejo, em alguns dias se
tenha verificado a formação de neblina ou nevoeiro matinal.
A humidade atmosférica esteve elevada originando noites muito orvalhadas e com formação de geada nas
zonas mais baixas e interiores.
As condições do estado do tempo descritas permitiram que todas as operações culturais próprias da época,
quer manuais quer mecanizadas, decorressem sem limitações. Pelo que durante o mês de fevereiro se
continuaram a decorrer a sem interrupções as podas e empas em vinhas e pomares assim como a aplicação
de herbicidas e conclusão das sementeiras de cereais de pragana.
De referir que tal como já aconteceu no ano anterior verifica-se escassez de mão-de-obra qualificada,
sobretudo na zona da Península de Setúbal e o que tem condicionado os trabalhos de poda manual das
vinhas motivo pelo qual se prevê que se prolonguem pelo mês de março.
Devido ao tempo frio e escassez de água no solo o desenvolvimento vegetativo das culturas arvenses e das
pastagens naturais e semeadas de sequeiro foi ao longo do mês de fevereiro muito reduzido. Como a precipitação nos últimos meses tem sido reduzida as reservas de água estão abaixo das suas
capacidades, mas em termos de disponibilidade de água para rega e abeberamento dos animais não há
registo de quaisquer constrangimentos na região.
2. Fitossanidade: pragas e doenças; intensidade e frequência dos ataques; oportunidade e eficácia dos tratamentos efetuados; prejuízos causados para além do normal.
Em termos fitossanitários não há conhecimento de pragas e doenças que tenham provocado prejuízos para além do normal.
3. Prados, pastagens e culturas forrageiras: estado vegetativo das pastagens de sequeiro, prados de regadio e forragens anuais; condições de alimentação das diferentes espécies pecuárias, importância do contributo de forragens verdes, fenos, silagens e rações industriais relativamente a igual período do ano anterior.
Devido à fraca precipitação e tempo frio que se registaram durante o mês de fevereiro as culturas
forrageiras de sequeiro e prados e pastagens semeadas e espontâneas continuam a registar atraso no
desenvolvimento vegetativo relativamente ao normal nesta época do ano. Por esse motivo os efetivos
pecuários explorados em regime extensivo continuaram durante todo o mês a serem suplementados com
alimentos forrageiros conservados designadamente palhas e fenos em quantidades consideradas superiores
ao normal para esta época do ano, mas, no entanto, bastante inferiores ao verificado em igual período do
ano anterior.
Devido às temperaturas baixas e geadas registadas também os prados de regadio registaram fraco
desenvolvimento.
Nas áreas de forrageiras anuais para corte, fundamentalmente azevém, embora se registem algumas áreas
de regadio em que já se realizaram os primeiros cortes para silagem na grande maioria dos casos os cortes
ainda não se efetuaram por o desenvolvimento ainda não permitir.
4. a) Sementeiras de cereais praganosos: como decorreram, como germinaram; aspeto vegetativo das searas, variação de áreas semeadas relativamente ao ano anterior, motivos da variação caso se tenha verificado.
Relativamente aos cereais de Outono-Inverno, as sementeiras estavam praticamente concluídas no final de
janeiro embora ainda se tenham verificando algumas sementeiras durante o inicio de fevereiro.
De um modo geral as germinações foram boas, mas durante o mês de fevereiro verificou-se fraco
desenvolvimento, justificado pelas baixas temperaturas e baixa resposta às adubações por falta de água
para solubilização dos adubos. No entanto as condições do estado de tempo foram favoráveis ao
afilhamento, apresentando-se as searas na generalidade muito homogéneas e praticamente sem infestantes
pelo que é previsível uma boa evolução destas culturas se as condições de estado do tempo evoluírem
favoravelmente.
Em termos de áreas semeadas com cereais de pragana estima-se um ligeiro aumento relativamente ao ano
anterior no trigo mole e também na cevada da ordem dos 5 a 10%.
5. c) Pomares de citrinos: estado vegetativo e produção quanto aos aspectos de qualidade e quantidade
Os pomares de citrinos apresentam boa coloração, desenvolvimento vegetativo normal com emissão de novos lançamentos e presença regular de frutos embora sobretudo nas zonas mais interiores (Médio Tejo e Lezíria do Tejo) se tenha verificado alguma queda de frutos devido à geada.
8. b) Produção de azeite: funcionamento dos lagares; qualidade do azeite e funda
Devido ao tempo relativamente seco a colheita e laboração de azeitona correu sem contratempos
assinaláveis tendo terminado ainda durante a 1ª quinzena de janeiro.
Como já se referiu em relatórios anteriores registou-se nesta campanha uma quebra acentuada na
quantidade de azeitona colhida relativamente ao ano anterior e também quebra no rendimento de azeite
(fundas da ordem dos 12 a 13%), mas devido ao bom estado sanitário da azeitona os azeites produzidos
foram na sua grande maioria de muito boa qualidade.