Escaravelho da Palmeira
O inseto Rhynchophorus ferrugineus (Olivier), vulgarmente designado como“escaravelho da palmeira”, é um coleóptero da família dos curculionídeos, que ataca várias espécies de palmeiras, causando estragos importantes que podem conduzir à morte das plantas. Originário das zonas tropicais da Ásia e da Oceânia, expande-se na década de 1980-90, pelo Médio Oriente (Irão, Arábia Saudita), África (Egito), Europa (Espanha 1993), tendo posteriormente sido assinalada a sua presença em quase todos os países da bacia mediterrânica. Em Portugal este inseto foi detetado pela primeira vez em 2007, na região do Algarve, estando atualmente disperso por diversas regiões do país.
Este insecto tem como principais hospedeiros várias espécies de palmeiras da família da Arecacea, sendo espécies mais susceptíveis Phoenix canariensis, Phoenix dactylifera e Washingtonia filifera.
Os sintomas visíveis na planta aparecem, geralmente, passados meses do início da infestação. Em alguns casos, quando se detetam, a planta já se encontra num estado avançado de infestação.
O desenvolvimento do inseto no interior das palmeiras, o ponto onde se deu a primeira infestação (folhas ou ao longo do espique), associado às caraterísticas da planta (grandes dimensões, forma, tipo de folha, etc,...) e sua localização que dificulta o acesso aos pontos de observação de sinais da praga, dificultam a deteção precoce da praga.
Alguns destes sintomas podem ser:
- Coroa desguarnecida de folhas jovens no topo ou com aspeto achatado (Fig. 1 e 3).
- Folhas jovens pouco desenvolvidas, com folíolos comidos em forma de V ou truncados (Fig. 2).
- Orifícios e galerias na base das folhas podendo conter larvas ou casulos com pupas e/ou adultos. (Fig. 4 e 6)
- Presença de orifícios na zona das podas (Fig. 5).
- Presença de odor caraterístico, que resulta da putrefação dos tecidos internos da planta.
- Presença de exsudado viscoso junto aos orifícios de saída das larvas.
- Ruído produzido pela atividade da praga.
Quando o único ponto de crescimento da planta (gomo terminal) é afetado, esta morre, e o gomo terminal pode destacar-se e cair por ação do vento.
Estratégia de controlo
A estratégia de controlo passa pela integração de um conjunto de medidas e depende da intensidade do ataque da palmeira e da sua localização face a exemplares não infestados. No entanto, após a observação de sinais e/ou sintomas suspeitos, deve proceder-se a uma observação minuciosa para confirmar a presença da praga e tomar as medidas necessárias, tendo em vista a eliminação das plantas afetadas e proteger as sãs.