publicado a: 2017-05-26

Austrália abre supermercado gratuito apenas com produtos que seriam descartados

Imagem: www.facebook.com/OzHarvestMarket

O mercado é baseado no modelo “Leve o que precisa, dê o que puder.”

Seguindo uma tendência de outros países do mundo, a Austrália ganhou o seu primeiro supermercado com produtos rejeitados por supermercados, restaurantes e pelos próprios clientes. Criado pela OzHarvest, ONG de combate ao desperdício alimentar, no novo mercado as cenouras antigas e alimentos enlatados com data de validade quase a terminar, ou recém-vencida, são tratados com respeito e dignidade. Tomates maduros, que seriam deitados fora, são empilhados com orgulho.

A mercearia teste, localizada em Sidney, tudo é gratuito para aqueles que não podem pagar. Também é possível doar a quantia que a pessoa desejar.

A loja armazena uma gama de produtos, incluindo frutas e legumes frescos, pães, conservas, refeições congeladas, bebidas, e produtos de higiene pessoal e de limpeza. As prateleiras são semanalmente modificadas, dependendo do que for recuperado. Os clientes são incentivados a doar qualquer coisa que eles não queiram mais.

O desperdício alimentar na Austrália custa cerca de US $ 20 bilhões por ano. Os consumidores australianos desperdiçam vinte por cento dos alimentos comprados e deitam fora uma em cada cinco cestas de compras de alimentos todos os anos. Quatro milhões de toneladas de alimentos acabam em aterros sanitários.

O empresária australiana atrás do OzHarvest, Ronni Kahn, acredita que este supermercado é um passo na direção certa. “Toda a vez que salvamos comida boa, ajudamos o planeta. Cada vez que usamos esse alimento para a alimentação de pessoas famintas, lidamos com questões sociais”, diz Kahn em entrevista à revista Broadsheet.

O OzHarvest trabalha com mais de 2.500 doadores de alimentos. “Nós resgatamos alimentos que não podem ser vendidos por supermercados pelo seu prazo de validade, mas que ainda estão perfeitamente bons para o consumo”, diz Kahn. “Se algo expirou, nem sempre é motivo para deitar fora.”

“Só resgatamos comida que seja absolutamente comestível. Estamos a mostrar aos nossos consumidores como é loucura que este produto tenha sido rejeitado”, diz ela. “Todos os nossos motoristas são treinados no manuseamento, eles não aceitam nenhum produto que eles mesmo não comeriam.”

A maioria dos produtos são considerados com “defeitos” como enlatados amassados ou frutas e legumes com alguns “hematomas”, que acabam por ir parar ao lixo. “Tudo o que fazemos não é sobre lucro, é sobre propósito”, diz Kahn.

“As pessoas vão entrar e dizer: ‘Uau, isso é exatamente o que eu iria comprar em qualquer lugar, e agora eu posso apenas levá-lo, usá-lo, ou dar para alguém”.

Khan diz que a OzHarvest planeia abrir outros estabelecimentos, tanto em Sidney como em todo o país. Este é um modelo duplicável.


Saiba mais sobre o projeto na página da Ozharvest

Fonte: Ciclo Vivo

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