Brasil reúne 426 aviões agrícolas para enfrentar nuvem gigante com 400 milhões de gafanhotos
Nuvem está parada na Argentina, a cerca de 130 km da fronteira com o estado brasileiro do Rio Grande do Sul.
O Brasil criou e colocou de prevenção uma verdadeira esquadra aérea, formada por, pelo menos, 426 aviões agrícolas, para enfrentar a inesperada e assustadora ameaça de uma supernuvem que se estima que tenha aproximadamente 400 milhões de gafanhotos que se aproxima do sul do país. A imensa nuvem com a praga, que destrói lavouras por onde passa, está parada sobre a província de Corrientes, na Argentina, a cerca de 130 km da fronteira com o estado brasileiro do Rio Grande do Sul.
Como os gafanhotos podem percorrer até 150 km num único dia, as autoridades sanitárias do Rio Grande do Sul e o Ministério da Agricultura brasileiro estão em alerta total e já começaram a tomar medidas para, se a ameaça se concretizar, a enfrentarem imediatamente. Uma das primeiras foi fazer um acordo com o Sindicato Nacional de Pilotos Agrícolas, que colocou à disposição 426 aviões agrícolas existentes no estado do Rio Grande do Sul, e que poderão ser reforçados por outras centenas de aeronaves semelhantes enviadas de outras regiões do Brasil se for necessário.
A ideia é pulverizar a gigantesca nuvem de insectos com uma mistura capaz de a destruir, se não no seu todo ao menos em parte, minimizando os prejuízos para as lavouras do estado, uma região essencialmente agrícola. Esse plano, o que num primeiro momento parece ser o mais indicado e já foi usado até pela ONU para combater pragas na África, está a ser estudado detalhadamente, para se definirem os insecticidas mais eficazes mas, ao mesmo tempo, se evitar que a pulverização da nuvem de gafanhotos com agrotóxicos possa resultar em problemas de saúde para as pessoas que vivem nas propriedades da região.Uma inesperada frente fria surgida esta sexta-feira no sul do Brasil, com chuvas fortes e queda das temperaturas, duas coisas de que os gafanhotos não gostam, fez a imensa nuvem de insectos reter a sua marcha em direcção ao território brasileiro, mantendo-se temporariamente no limite entre as províncias argentinas de Corrientes e Entre Rios. Mas o Brasil mantém o alerta total e todos os meios de combate à praga de sobreaviso, pois no início da próxima semana voltam o tempo seco e o calor, o que pode fazer a nuvem de gafanhotos retomar a sua trajectória, que tanto pode atingir o Brasil quanto o Uruguai, que naquele extremo do território brasileiro se juntam.