publicado a: 2020-12-01

China está a criar suínos em prédios

Imagem: https://yangxiang.com

Novo modelo utiliza inteligência artificial na gestão e pode vir a ser referência no combate a surtos como o da peste suína africana.

A retoma da suinocultura da China, após ser fortemente impactada pela peste suína africana, tem chamado a atenção pela engenharia e tecnologia aplicada pelos asiáticos. Consumidores de cerca de 50 milhões de toneladas de carne suína por ano, os chineses agora lutam para reformular completamente o controle de sanidade na cadeia produtiva para evitar futuros surtos de doenças.

A exploração Guifei, que pertence à empresa chinesa Yangxiang, é um exemplo dessa transformação. Ela chama a atenção por reunir todos os suínos em dois prédios de sete andares e um outro de 13 andares. Avaliada por especialistas locais como um exemplo de transformação digital e inteligência na pecuária, o modelo promete uma criação sustentável e altamente eficiente.

Com o sistema de construção de múltiplos andares agrupados, a exploração Guifei tem funcionado de forma constante desde 2017 e apresenta taxa de sobrevivência de 92,1% em todo o processo de produção. Calcula-se que a capacidade de produção da estrutura seja da ordem de 840 mil leitões por ano.

Segundo a própria empresa, durante a crise de peste suína, no ano de 2019, a empresa conseguiu manter ilesas todas as 30 mil porcas, o que provaria a viabilidade e confiabilidade do negócio. Hoje, o número de animais é de 60 mil.

“Isso torna a Guifei um modelo primordial na criação de porcos em área urbana, com recomendação pelo Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais”, disse a empresa.

Retomada da cadeia suína na China

O objetivo inicial do projeto foi o de criar porcos com competitividade, num ambiente em que fosse mais fácil prevenir doenças. A empresa informa que está a aplicar meios científicos inteligentes para ampliar a cadeia da indústria de suínos e conseguir avanços na qualidade da carne.

Com um provedor exclusivo de serviços digitais, a empresa está em busca da revolução da integração na cadeia de rações, produção de suínos e abate. A ideia é realizar a gestão e rastreabilidade de todo o processo, desde a reprodução até o abate por meio de inteligência artificial, big data, computação em nuvem e blockchain.

Como funciona a criação dentro do prédio?

Segundo relatos da TV estatal chinesa, os porcos crescem bem num ambiente limpo e organizado, de acordo com medidas de biossegurança. Em 2019, houve um amplo processo de inseminação e as porcas deram à luz novos reprodutores.

Segundo a empresa, a exploração vertical “cria condições para uma produção de suínos em grande escala, de forma segura, estável e eficiente. Reduzindo a volatilidade de ofertas de suínos”.

Planeada para ser sustentável, a exploração chinesa promete reduzir a poluição por gás e sonora, além de reduzir significativamente o impacto da produção de suínos aos moradores da região. A empresa também diz prezar pelo bem-estar animal.

Ajuda da tecnologia

A exploração tem um detalhe rigoroso, que coloca as porcas em estágios diferentes em espaços separados para garantir uma alimentação e gestão apropriadas.

Na exploração, há um controle rígido de temperatura para garantir uma vida confortável para os animais .

Cada animal possui um “cartão exclusivo” que regista as principais informações, como necessidade nutricional e tempo de cio. O cartão tem um QR Code que armazena todas as informações do indivíduo.

Segundo a TV estatal, o modelo é uma exploração “inovadora para alcançar a reestruturação e desenvolvimento do mercado de suínos” e que a intenção original é para que a China se torne em uma potência na criação de suínos.

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