Desmantelado esquema da máfia para conseguir milhões da UE destinados à agricultura
A polícia italiana desmantelou um esquema milionário que permitia à máfia beneficiar de fundos europeus com terrenos fantasma. De acordo com os meios de comunicação italianos, foram detidas 94 pessoas - 48 ficaram em prisão preventiva e as restantes em prisão domiciliária.
151 empresas foram alvo de buscas, geridas pelo procurador Maurizio de Lucia. O esquema contava com o apoio de funcionários dos órgãos regionais: em prisão domiciliária, encontra-se um notário e até o presidente da câmara de Tortorici, Emanuele Galati Sardo. Dois chefes de famílias da máfia também foram presos.
Para conseguir dinheiro destinado a apoiar a agricultura, famílias mafiosas famosas como os Bomtempo Scavo e os Batanesi, segundo o jornal La Repubblica, pediam contributos à Agea – Agência para Fundos da Agricultura de Itália. Declaravam alugar parcelas de terreno que não lhes pertenciam. Entre as terras para que pediram apoios, encontra-se uma que era de uma câmara e outra que se encontrava dentro de um aeroporto, detalha o Il Fatto Quotidiano.
A operação contou com a cumplicidade de funcionários do organismo público responsável pelos subsídios agrícolas e que faz a distribuição dos fundos europeus aos agricultores, bem como dos centros responsáveis por auxiliar os agricultores nos pedidos de ajuda.
Segundo o jornal La Repubblica, o esquema serviu para que a máfia se apropriasse de seis milhões de euros entre 2010 e 2017. Mas o jornal Il Fatto Quotidiano afiança que desde 2012, conseguiram dez milhões de euros.
O dinheiro era colocado em contas ligadas à máfia e no estrangeiro, em países como a Bulgária e a Lituânia. Depois, voltava a Itália.
Em causa, estão os crimes de associação mafiosa, colaboração com associação mafiosa, associação para o tráfico de estupefacientes, extorsão, transferência fraudulenta de valores, falsidade ideológica por funcionário público e fraude agravada para conseguir fundos públicos.