Apicultores alertam para consequências negativas da vespa asiática
O aparecimento frequente de ninhos de vespas asiáticas levou os apicultores do Norte a apelarem à investigação científica deste fenómeno que, acreditam, pode ter consequências negativas no ecossistema.
O presidente da Associação de apicultores do Norte de Portugal esclareceu que em Portugal ainda se sabe pouco sobre a vespa asiática e que é necessário «fazer um apelo às entidades competentes no sentido de criar as melhores condições para que os ninhos possam ser estudados pelos cientistas».
«Hoje agimos já de uma forma mais eficaz do que na fase inicial. No entanto, é como eu digo, era bom que houvesse mais estudos para esta espécie, nomeadamente sobre as fundadoras, sobre a vespa em geral» acrescentou João Valente.
O responsável explicou ainda que a vespa asiática tem um impacto negativo no ecossistema, porque, por serem carnívoras, «comem tudo que seja inseto», o que resulta numa «baixa na produção de frutos, de legumes, de produtos comestíveis e esse é o principal problema».
O Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto, em colaboração com a Associação dos Apicultores do Norte de Portugal, procedeu hoje, pelas 19h00, à remoção de um ninho de vespa asiática na Praça Coronel Pacheco, na baixa portuense.
Manuel Rebelo de Carvalho, comandante dos bombeiros e curador operacional municipal da Proteção Civil, afirmou à Lusa que dos 115 ninhos de vespas asiáticas avistados no Município do Porto no último ano, 90 foram já destruídos.
«Não sendo uma ameaça imediata, ainda não foi promovida a destruição completa, mas, nos próximos dias, vai-se proceder a outras operações semelhantes», adiantou.
O comandante do batalhão de sapadores assegurou que a vespa é um predador natural de outros insetos, criando assim um problema para a biodiversidade e, «de forma secundária, poderá eventualmente ser também para as pessoas».
«O período favorável para o desenvolvimento de ninhos de vespas decorre a partir de fevereiro, sendo que um ninho pode conter cerca de duas mil vespas, num espaço que se associa a um ovo, com uma altura de um metro e diâmetro 60 a 80 centímetros», acrescentou.
Esta espécie predadora de vespa foi introduzida na Europa através do porto de Bordéus, em França, em 2004.
Os primeiros indícios da sua presença em Portugal surgiram em 2011, mas a situação só se agravou a partir no final do seguinte.
Fonte: Lusa via Agronegócios.eu