Áreas da saúde humana, animal e do ambiente juntas para combater resistência a antibióticos
Técnicos da saúde humana, animal e do ambiente juntaram-se esta segunda-feira em Lisboa para debater uma estratégia de combate à resistência aos antibióticos, tendo presente que a cada três segundos morrerá uma pessoa se estas resistências não forem ultrapassadas.
O número de mortes não parará de aumentar e as estimativas apresentadas hoje referem que se nada for feito em Portugal em 2050 morreriam 49.900 pessoas devido a infeções intratáveis provocadas por bactérias multirresistentes.
As primeiras jornadas "Uma só saúde", relativas à estratégia nacional de combate à resistência aos antimicrobianos, juntam hoje e terça-feira técnicos da Direção-Geral de Saúde, Direção-Geral de Alimentação e Veterinária e da Agência Portuguesa do Ambiente.
A redução das infeções por bactérias multirresistentes e do uso inadequado de antibióticos na saúde humana, animal e na agricultura, foram assim objetivos gerais traçados especialistas nas três áreas.
"Reduzir a incidência de infeções, ter menos infeções e menos infeções graves provocadas por bactérias que têm resistência aos antimicrobianos [antibióticos]", foi o principal desafio deixado pela diretora-geral de Saúde (DGS), Graça Freitas.
"Morrem 33 mil pessoas na Europa todos os anos, o equivalente à queda de um avião todas as semanas. A cada três segundos morrerá uma pessoa com uma infeção intratável, se não conseguirmos ultrapassar as resistências", alertou depois Isabel Neves do Programa Nacional de Prevenção e Controlo de Infeções e das Resistências aos Antimicrobianos.
O combate a este "problema global e intersetorial" deve ser feito com a introdução de boas práticas começando pela máxima: "se não há infeção, não é preciso antibiótico".
Melhorar o conhecimento de sobre a resistência - perceber como é que a resistência circula em Portugal -- aumentar o investimento em vacinas, promover o diagnóstico microbiológico, foram medidas defendidas pelos responsáveis das várias áreas.
Os técnicos da diretor-geral da Alimentação e Veterinária e da Agência Portuguesa do Ambiente e a DGS defenderam que devem aumentar a cooperação porque até agora a saúde humana e saúde animal e a área do ambiente não sabem o que se passa em cada um dos sectores.