CAP Participa na Manifestação dos Agricultores Europeus
A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) marca presença na manifestação que se realiza hoje junto ao Conselho de Ministros da Agricultura, convocada pelo Copa-Cogeca – organização europeia de agricultores – a propósito da situação “drástica” verificada nos setores do leite, das frutas e hortícolas e das carnes de vaca e porco, na sequência do embargo comercial da Rússia aos produtos agrícolas europeus.
Os agricultores europeus pretendem assim confrontar os ministros europeus da agricultura com uma realidade que consideram grave e sem precedente, e reivindicar medidas tendentes a colmatar os efeitos do excesso de oferta dos produtos embargados no mercado interno europeu, nomeadamente uma intensificação das medidas europeias de promoção em mercados alternativos.
O embargo russo está em vigor há um ano e os agricultores europeus consideram que estão a pagar uma fatura de questões de política internacional às quais são alheios. De acordo com o Copa-Cogeca, os preços estão já abaixo dos custos de produção em muitos países, elevando de forma relevante o risco de falência de muitas explorações agrícolas, pelo que reivindicam medidas compensatórias por parte dos ministros do setor e das instituições europeias.
De acordo com os argumentos a apresentar pelo Copa-Cogeca, por exemplo, as exportações europeias de peras e maçãs para a Rússia sofreram reduções de cerca de 90% e o setor das frutas e hortícolas não conseguiu encontrar mercados alternativos para a colocação dos produtos. No setor do leite o panorama é igualmente grave, com uma pressão muito significativa nos preços pagos aos produtores.
De acordo com João Machado, Presidente da CAP, “o embargo russo tem vindo a preocupar os produtores nacionais ao longo do último ano, sendo o caso da pêra Rocha provavelmente o mais grave, uma vez que se tratava de um mercado em que os produtores nacionais tinham vindo a apostar e com resultados crescentes. O caso do leite, tendo em conta a pressão generalizada sobre os preços no mercado interno europeu tornou-se também muito crítico para os produtores nacionais. Desde o início do embargo, temos vindo a alertar para que o problema não seria apenas o fecho do mercado russo, mas também o consequente excesso de oferta no mercado interno europeu o que, infelizmente, está neste momento a verificar-se”.
Fonte: CAP