CAP pede “prioridade absoluta” para a agricultura
Presidente da confederação quer que o setor agrícola seja equiparado ao da saúde, para que seja garantido o circuito da alimentação.
O presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Eduardo Oliveira e Sousa, chama atenção para a “premência do setor agrícola ser enquadrado num nível de prioridade absoluta, ao nível dos cuidados ou das medidas para o setor da saúde”. No Fórum TSF desta manhã, o dirigente associativo justificou essa solução com a evidência de “todos temos de comer”, e com o facto de o setor agrícola estar “na cadeia da alimentação e do fornecimento dos produtos a todos os trabalhadores, a todos os empresários e a toda a população em geral”.
No Fórum TSF desta manhã, o dirigente associativo justificou essa solução com a evidência de “todos temos de comer”, e com o facto de o setor agrícola estar “na cadeia da alimentação e do fornecimento dos produtos a todos os trabalhadores, a todos os empresários e a toda a população em geral”.
Na expectativa de vir a ser declarado o estado de emergência, Eduardo Oliveira e Sousa entende que “o setor agrícola vai ter que estar no patamar das exceções, ao nível do setor da saúde”.
“Os animais, por exemplo, são alimentados com produtos fabricados com origem em produtos que são importados, portanto, tem de continuar a haver, com a maior regularidade possível, o fluxo das matérias primas, para poderem ser fabricados os alimentos para os animais, para que não faltem nos circuitos de abastecimento à população, a carne, os ovos, o frango, o leite… todos os produtos que têm, num circuito muito próximo, a alimentação dos próprios animais”, explicou na rádio.
Por outro lado, também assinala que “a própria alimentação humana depende, em parte, de produtos que vêm do exterior, por isso, nos portos marítimos e no trânsito de camiões que trazem os produtos para o fabrico de alimentos tem que haver proteção e prioridade. Não pode haver, como ouvi esta manhã, algumas dificuldades no acesso a Ovar dos produtores de produtos agrícolas que iam levar produtos aos mercados de Ovar. Não pode acontecer isso”.
Em contraponto, fez notar que “os agricultores podem até, com alguns equipamentos específicos, numa situação como a que se está a viver em Ovar, ser chamados a participar na execução de algumas tarefas de entreajuda”.
Exemplificou com a aplicação de produtos de desinfeção, lembrando que os agricultores dispõem de equipamentos agrícolas que podem ser usados nessa área. “E há de certeza absoluta disponibilidade por parte dos agricultores para entrarem nesta onda de solidariedade, colocando os seus equipamentos (pulverizadores, equipamentos de transporte de líquidos) para ajudarem nesta matéria”.
Quanto às medidas anunciadas também nesta manhã pelo Governo de apoio às empresas, o presidente da CAP afirma que gostaria de ver esclarecidas algumas questões, nomeadamente, se também serão contemplados os “setores que vão ter quebras brutais no comércio dos seus produtos, alguns relacionados com a restauração e com a própria exportação” ou mesmo “os produtores de flores e de plantas ornamentais, que não são bens alimentares e por isso já estão em crise”.
Por outro lado, também questiona se as medidas anunciadas “poderão ser replicadas no trimestre seguinte pelos mesmos montantes”, temendo que haja “desproporcionalidade com as medidas tomadas, por exemplo, em França ou em Espanha”.
“Precisamos de perceber se estas medidas são para este trimestre, numa perspetiva de que possam ser depois reforçadas no trimestre seguinte, enfatizou.