CAP: "Quem não está infetado deve poder ir trabalhar"
O presidente da CAP repudia ataques à agricultura, apela à circulação de proprietários e trabalhadores com testes comprovadamente negativos e exige respostas para alojamento de trabalhadores. Nesse sentido Eduardo Oliveira e Sousa (presidente da CAP) acompanhado pelo Presidente da Portugal Fresh, Gonçalo Santos Andrade, deram hoje uma conferência de imprensa.
Eduardo Oliveira e Sousa esclarece que as noticias que têm sido mostradas de Odemira não traduzem a realidade da maioria das empresas agrícolas que têm contratos de trabalho com os trabalhadores migrantes, com os quais cumprem todas as obrigações salariais, contributivas, fiscais, sociais e laborais.
Em relação aos alojamentos, refere que os agricultores cujos trabalhadores não vivem nas suas quintas, não só são alheios a esta questão como também qualquer empregador de outra área de negócio. Além disso, andam há anos a chamar a atenção dos poderes públicos e a apelar a nível local e nacional para que esta situação seja resolvida.
A situação pandémica no Concelho de Odemira está a servir de palco a uma das mais deploráveis campanhas contra a agricultura portuguesa de que há memória. A agricultura, um setor campeão das exportações nacionais, que tanto valor acrescentado traz ao nosso país, vê-se envolvida num rol de acusações infames às quais é preciso dar a devida resposta e fazer o devido contraditório.
A CAP considera que as declarações ontem proferidas pela ministra da agricultura, dizendo que as empresas que estão a cumprir têm que denunciar práticas que estão a comprometer, seja do ponto de vista económico, ambiental ou social, são inadmissíveis. Os agricultores não são entidade fiscalizadora. É ao estado quem compete fiscalizar e agir.
Reitera que é imprescindível que seja instituído um mecanismo fiável de testagens que permita a circulação de proprietários e de trabalhadores para efeito de acesso às produções agrícolas, mediante apresentação de comprovativo de teste negativo para a Covid-19. Quem não está, comprovadamente, infetado e pode trabalhar, deve poder ir trabalhar. As consequências da manutenção da cerca sanitária são certas: prejuízos de milhões, falências e desemprego massivo, muito dele irrecuperável.