Chuva e granizo em Trás-os-Montes destroem vinhas e olivais
Com quase metade do país em seca severa ou extrema, trovoadas, chuva e granizo atingiram este sábado vários locais na região de Trás-os-Montes provocando elevados prejuízos em olivais, vinhas e pomares.
Depois de dias de calor intenso, uma chuva forte acompanhada de vento e granizo inundou espaços públicos e destruiu culturas em algumas zonas do norte do país.
Valpaços, Vila Real, Bragança, Mirandela, Macedo de Cavaleiros, Castelo Branco e Guarda foram alguns dos locais que enfrentaram o forte temporal, que inundou estradas e cobriu de brancas bolas de granizo os campos, e até mesmo a serra da Estrela.
Apesar das previsões meteorológicas e dos avisos amarelos da Proteção Civil para o fim-de-semana, não se esperava um fenómeno de tal intensidade, característico de dias de inverno rigoroso mas inesperado nos primeiros dias de setembro.
Municípios e Associações de agricultores locais adiantaram à agência Lusa a destruição de olivais e vinhas com prejuízos de milhares de euros e perdas de produção de 70% nalguns casos. “Os prejuízos são enormes porque grande parte da produção de azeite ficou comprometida, a azeitona está toda no chão. Depois, a vinha também foi atingida porque a maioria ainda não tinha sido vindimada e, claro, as árvores de fruto”, afirmou a coordenadora da Proteção Civil de Valpaços, Carla Cerdeira, sublinhando que o levantamento dos prejuízos começa hoje a ser feito.
“Falamos de prejuízos de milhares de euros”, anotou o vice-presidente da CAP e responsável da Associação de Produtores em Proteção Integrada de Trás-os-Montes e Alto Douro (APPITAD), Francisco Pavão, avançando que a viabilidade técnica, económica e financeira de muitas explorações está, neste momento, em causa.
O sector aguarda que o Ministério da Agricultura se pronuncie sobre esta matéria.