CNA e AVADOURIENSE promovem manifestação de viticultores na Régua
A difícil situação dos pequenos e médios viticultores da Região Demarcada do Douro agrava-se de forma drástica com o corte no benefício (1) anunciado quinta-feira pelo Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP).
Este corte brutal de 14 mil pipas (face à campanha de 2023) é inaceitável e a somar-se ao corte de 12 mil pipas já realizado em 2023 (face a 2022), traduz-se numa perda de cerca de 26 milhões de euros. Para os pequenos e médios viticultores é mais uma machadada na sua já quase insustentável situação.
Na Região Demarcada do Douro, os agricultores enfrentam preços muito baixos à produção de uva e de vinho (os mesmos de há 25 anos); enormes dificuldades de escoamento da produção com os grandes agentes da transformação e do comércio a ameaçarem não lhes comprar as uvas da vindima de 2024 e os custos de produção são elevadíssimos.
Ao mesmo tempo, a região é inundada com importações desnecessárias de vinhos e mostos e as políticas dos sucessivos Governos apenas favorecem os grandes interesses da transformação e comércio da região, empurrando os pequenos e médios agricultores para fora da produção vitícola.
Sem a concretização das eleições para a Casa do Douro e sem a devolução desta histórica instituição aos seus legítimos donos, os viticultores durienses, os direitos e interesses dos pequenos e médios produtores não estão a ser representados ou assegurados, nomeadamente a defesa de rendimentos dignos.
Assim, os agricultores, com a CNA e a AVADOURIENSE – Associação dos Viticultores e da Agricultura Familiar Douriense, reunidos para discutir a difícil situação, decidiram avançar com uma iniciativa de reclamação e protesto, a realizar a 7 de Agosto, na Régua, com início previsto para as 9h30, junto ao IVDP, seguindo depois até à Estação da Régua.
(1) Benefício é a quantidade de mosto que cada produtor pode destinar à produção de vinho do Porto
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