Comissário Europeu de Agricultura e Alimentação e Ministro da Agricultura e Mar na abertura da FNA

O Comissário Europeu de Agricultura e Alimentação, Christophe Hansen e o Ministro de Agricultura e Mar, José Manuel Fernandes, inauguraram hoje a FNA 25 – Feira Nacional de Agricultura e Ribatejo, que decorre no CNEMA, em Santarém, até ao próximo dia 15 de junho, cuja tema incide nas biosoluções.
Além destes responsáveis, a cerimónia de inauguração contou com a presença de autarcas, deputados nacionais, eurodeputados, além de representantes de associações e confederações.
O detentor da pasta europeia do sector agrícola, afirmou que é necessário “manter o setor agroalimentar da UE forte, competitivo, sustentável e bem preparado para o futuro” em várias vertentes. Para Christophe Hansen, o apoio ao rendimento é fundamental, já que assegurar preços justos é uma condição essencial para atrair pessoas para o sector.
Por outro lado, é vital simplificar os processos porque “a redução dos encargos administrativos é um reforço da competitividade do setor agroalimentar, além de diminuir custos e ser uma melhor utilização dos recursos”.
A renovação de gerações do sector é essencial para o Comissário de Agricultura e Alimentação, já que a idade média dos agricultores da UE é de 57 anos e menos de 4 % dos agricultores tem menos de 40 anos.
O impacto das alterações climáticas é outro dos desafios para os agricultores, e sobre a futura PAC, Christophe Hansen declarou que os pagamentos diretos continuarão a ser o principal instrumento de apoio mas devem ser mais bem direcionados. “A futura PAC deverá prestar especial atenção aos jovens agricultores e aos novos agricultores, às pequenas explorações agrícolas familiares e aos agricultores em zonas com condicionantes naturais”, declarou.
O Ministro da Agricultura e Mar, José Manuel Fernandes, defendeu que é necessário “olhar” para o sector como uma área inovadora que respeita o ambiente e a sustentabilidade. A agricultura é uma área competitiva e inovadora mas que não pode ser vista como uma ameaça, apesar de algumas mensagens erradas que alguns tentam passar.
O detentor da pasta agrícola também defende uma renovação de gerações, já que o agricultor em Portugal ganha em média menos 40% que as outras profissões.
Para este responsável é imperioso que a simplificação dos processos não se atrase e que existam processos mais rápidos e menos burocráticos para defender os agricultores. Para o setor agroalimentar, simplificar os processos é essencial. Menos encargos administrativos significam maior competitividade, menores custos e um uso mais inteligente dos recursos.
O Presidente do CNEMA e da CAP enalteceu o papel da Confederação ao longo de 50 anos, elogiou o papel dos agricultores na consolidação da democracia portuguesa e deixou algumas mensagens para os responsáveis políticos.
Em primeiro lugar, é necessário um aumento dos recursos próprios no âmbito da União Europeia e que o orçamento da PAC não seja diluído.
Numa segunda vertente, é fundamental executar as politicas anunciadas, nomeadamente a questão da água. “Com água, os agricultores produzem. Temos de ter a água necessária no momento em que é preciso”, declarou.
Em terceiro lugar, é imperioso que os serviços do Ministério da Agricultura funcionem mais eficientemente. “Os agricultores querem ter as condições indispensáveis para a sua atividade, querem simplificação e execução”, declarou.
“Não há sobrevivência possível se não trouxermos mais jovens para a agricultura e isso só se faz com mais rendimento, acesso à água e serviços de proximidade”, afirmou.