publicado a: 2017-11-06

Da pera rocha aos mirtilos, exportações estão a dar bons frutos

Exportações subiram 20%. A meta é chegar aos 1,5 mil milhões. Produtores investem na expansão para responder à procura.

É caso para dizer: é muita fruta. "Esperamos atingir e até ultrapassar a barreira dos 1500 milhões de euros de exportações do setor hortofrutícola nacional neste ano, um crescimento de 14,5% em relação a 2016", adianta Gonçalo Santos Andrade, presidente executivo da Portugal Fresh. E, com as raízes já fundas na terra, há muitas empresas que já pensam em crescer em novos mercados, como o México e os EUA, mas também a China e a Coreia do Sul.

Os números até agosto parecem sustentar o otimismo. "Nos primeiros oito meses de 2017, as exportações aumentaram 20% em relação ao período homólogo de 2016; no caso da fruta, as vendas para fora de Portugal cresceram 40%", informa o Ministério da Agricultura. Destaque para a força exportadora dos pequenos frutos. No ano passado Portugal exportou 117 milhões de euros. "Em agosto deste já tinham sido ultrapassados os cem milhões." A venda de legumes cresceu na ordem dos 15%.

A procura de produtos nacionais tem aumentado no mercado externo e há empresas, em que a exportação já tem peso relevante, que estão a apostar na expansão das áreas de produção através da compra ou do aluguer de terrenos. É o caso da Herdade Vale da Rosa, que em cinco anos quer duplicar os atuais 250 hectares onde produz uva de mesa, na sua maioria sem grainha. Mas também estão a diversificar os negócios e a apostar em mercados externos com a instalação de unidades de produção como a Luís Vicente. Os donos da marca de fruta tropical Plump, que no primeiro trimestre de 2018 querem estar em Marrocos (ver textos ao lado).

"Demonstra a dinâmica do setor" das frutas, legumes e flores, que "tem reforçado o seu perfil exportador", reconheceu Luís Medeiros Vieira, secretário de Estado da Agricultura, durante a visita à Fresh Fruit, em Madrid.

Neste ano a segunda maior feira europeia de frutas e legumes contou com a "maior presença de sempre de empresas nacionais" - com um aumento de 50% face ao ano passado. Espanha, que representa 30% das exportações nacionais nesta área, é um mercado há muito conhecido dos empresários agrícolas nacionais.

Mas há outras geografias que se estão a abrir. Faltam apenas fechar alguns procedimentos para que a pera rocha e a maçã nacional possam chegar ao México, um mercado de 120 milhões de consumidores. China e Coreia do Sul são geografias que também estão a ser negociadas pelo governo. Os EUA deverão ser o mercado que se segue para peras e maçãs, diz Luís Medeiros Vieira. "Neste ano prevemos ter confirmada esta abertura.

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