publicado a: 2023-09-26

Eleições na Região Autónoma da Madeira e negociação de acordos com o PAN

A CAP – Confederação dos Agricultores de Portugal, recebeu com surpresa e indignação as notícias que indicam que os partidos vencedores das eleições regionais na Região Autónoma da Madeira chegaram a um acordo de incidência parlamentar com o PAN por forma a viabilizar um governo de legislatura naquela Região Autónoma.

A CAP tem reiterado por diversas vezes a sua oposição frontal a um partido que é inimigo da agricultura e do mundo rural, um partido que coloca ao mesmo nível pessoas e animais, que afirma que "Os interesses humanos e animais devem ser igualmente tidos em consideração” e que coloca no mesmo plano ético a luta histórica da humanidade contra o esclavagismo, o racismo ou o sexismo com aquilo a que, ironicamente, chama de defesa dos animais.

Em política não pode valer tudo. Por um voto se ganha, por um voto se perde, mas não é possível, para partidos humanistas, conviverem e governarem com um partido com a ideologia e pensamento do PAN. Os partidos têm obrigação de informar com antecedência os eleitores sobre os entendimentos que estão dispostos a fazer após as eleições sob pena de as eleições se resumirem na prática a um pedido de cheque em branco.

A CAP que, corajosamente e em devido tempo, criticou anúncios de eventuais acordos com o PAN a nível nacional, não mudou de opinião nesta matéria e vem hoje a público manifestar o seu veemente desacordo com a possibilidade de decisão do PSD-Madeira, mas também do CDS seu parceiro de coligação, de se apoiarem no PAN para se manterem no poder naquela Região Autónoma.

A defesa da sustentabilidade ambiental e social, absolutamente indispensáveis, a defesa do próprio bem-estar animal, faz-se com os agricultores e o mundo rural e através das suas ações, não contra eles.

É isto que a CAP continua a defender, procurando um aumento equilibrado e sustentável da nossa produção agroalimentar e agroflorestal e da nossa soberania alimentar, num contexto europeu.

Os portugueses não esquecerão este infeliz episódio político, mas esperam que o futuro Governo Regional da Madeira dê provas de que não sacrificará os seus agricultores e o desenvolvimento da agricultura da Região no altar das conveniências políticas do dia.


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