publicado a: 2016-06-17

Engaço de uva e dejetos de animais vão ser biocombustível

O projeto têm já um pedido provisório de patente e prevê a produção de estilha, de peletes e de briquetes compostos por desperdícios e subprodutos resultantes de exploração agropecuária.

A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) está a desenvolver um biocombustível sólido resultante do aproveitamento desperdícios de engaço e bagaço de uva, podas da vinha e de olival e de dejetos animais e outros subprodutos agropecuários.

“Quisemos desenvolver um biocombustível sólido, com elevado poder calorifico com vista não apenas ao aproveitamento sustentável de desperdícios e subprodutos agropecuários, mas também contribuir para a redução do consumo de energia primária através de fontes de energia renovável, em detrimento dos combustíveis fósseis”, afirma Amadeu Borges, responsável pelo projeto e investigador da UTAD e do Centro de Investigação e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB).

Nestes últimos anos, as fontes de energia renovável tornaram-se mais competitivas relativamente aos combustíveis fósseis e com a energia nuclear. Um exemplo é a biomassa – resíduos naturais e resultantes da atividade humana na agricultura, floresta, indústria da madeira e subprodutos do cultivo da vinha – apontada como exemplo de fonte de energia renovável com grande potencial e considerada uma fonte interessante de energia.

“O espectro de aproveitamento energético de biomassa é muito vasto e varia desde os biocombustíveis sólidos, para a combustão direta ou gasificação e combustíveis líquidos como óleo vegetal, bioetanol, metanol, até aos biocombustíveis gasosos como biogás ou gás de síntese. No caso da biomassa, como combustível sólido, a combustão direta tem a maior importância prática para a geração de energia térmica e elétrica”, esclarece Amadeu Borges.

Este projeto prevê a eliminação e aproveitamento subprodutos da exploração agropecuária como engaço e bagaço de uva, podas da vinha e de olival, dejetos de animais, entre outros, com vista à redução do impacto ambiental.

Transformados em estilha, em peletes e em briquetes, estes serão um biocombustível sólido, cujas principais vantagens serão a valorização económica e energética, mas também enorme potencial técnico, económico e ambiental.

A UTAD quer assim constituir uma alternativa às fontes de energia que “continuam atualmente muito dependentes dos combustíveis fósseis, motivo pelo qual as concentrações de CO2 na atmosfera continuam a aumentar”, salienta o investigador.


Colaboração com Entidade Mercado dos Combustíveis

A UTAD celebrou recentemente um protocolo com a Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis com vista ao estudo e desenvolvimento de biocombustíveis. A colaboração da UTAD será feita através do investigador do CITAB, Amadeu Borges, e vai incidir no estudo das emissões de gases nocivos ao meio ambiente, resultantes da utilização de biocombustíveis, quando comparadas com as dos combustíveis de origem fóssil, com vista ao seu melhoramento; no estudo da performance de motores, quando alimentados a biocombustível; e na produção de biocombustíveis gasosos.


Fonte: Gazeta Rural

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