publicado a: 2021-02-12

Exportações de vinho encerram o ano a crescer

As exportações dos vinhos portugueses tiveram, no ano passado, um comportamento muito positivo, registando um assinalável acréscimo, quando comparado com 2019.

Assim, e segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), relativos a 2020, verificou-se um aumento não só no volume, 5,3%, mas também no valor, 3,2%, com um resultado de 846 milhões de euros, mais 26 milhões de euros do que no anterior.

Para este resultado, a contribuição mais significativa foi registada nos mercados do Brasil, França, EUA, Reino Unido e Canadá, que estão assim no top 5 dos mercados mais importantes.

Assim, para o Brasil (de janeiro a dezembro 2020) registou-se um aumento de cerca de 26,5%, em volume, e de 23,5 %, em valor, representando cerca de 68 milhões de euros. No top 5 de principais destinos de exportação de vinho nacional, o Canadá registou o melhor preço médio, com cerca de 3,64 Euros/ litro.

Por sua vez, as exportações para os EUA cresceram 13,5%, em volume, e 3,1%, em valor, num total de 92 milhões de euros. Já para o Reino Unido, houve um acréscimo de 26,9%, em volume, e 16,2%, em valor, num um total de cerca de 90 milhões de euros. No caso do Canadá houve um acréscimo de 6%, em volume, e 4,9%, em valor, com um total de cerca de 50 milhões de euros.

Já no mercado comunitário, destaca-se o mercado francês (com 110,5 milhões de euros) que continua a liderar o mercado de exportação do vinho nacional. Segue-se a Alemanha (47,5 milhões de euros) e, em terceiro lugar, os Países Baixos (com 47 milhões de euros).

O mercado francês continua a liderar o mercado de exportação do vinho nacional, revelando, no entanto, uma diminuição em volume de cerca de -2%, em ciclo com o mercado comunitário, que apresenta um decréscimo -11,1% No entanto, a redução das exportações para o mercado comunitário foi compensada com as exportações para países terceiros.

Estes resultados positivos das exportações de vinho português refletem, segunda a Ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, «o bom desempenho do setor, a sua capacidade de resiliência e de adaptação, mas também as medidas que a todo o tempo o Governo, apresentou, em 2020, no sentido de dar respostas que ajudassem a minimizar os efeitos decorrentes desta crise provocada pela pandemia COVID-19. O Ministério teve um papel ativo, agiu rapidamente criando e previsibilidade aos viticultores e às empresas do setor e minimizar a perda de rendimento».

Medidas de apoio ao setor do vinho

Recorde-se que o Ministério da Agricultura lançou, ao longo de 2020, várias medidas de apoio, em parceria com o setor, incluindo um pacote de 18 milhões de euros de medidas de crise. Para a destilação de vinho foi criada uma dotação de 12 milhões de euros e para a armazenamento de crise disponibilizados mais 6 milhões de euros. Estamos a falar de medidas que tiveram uma adesão significativa por parte dos operadores. Foram pagos quase 11 milhões de euros relativos a estas medidas, correspondentes a 382 candidaturas apoiadas.

Foi ainda criada uma medida específica para a Região Demarcada do Douro, com a criação de uma reserva qualitativa para o Vinho do Porto, para a qual foram disponibilizados 5 milhões de euros. Foi ainda reforçado o programa de reestruturação e reconversão das vinhas (VITIS) de 50 milhões de euros para 73,5 milhões de euros.

Maria do Céu Antunes referiu ainda que «sabendo da importância da internacionalização dos vinhos, num mercado muito competitivo, adiantámos ainda 5,5 milhões de euros na medida de promoção a países terceiros, e flexibilizámos as condições, tornando elegíveis ações canceladas, não penalizando projetos que não atinjam a taxa de execução previstas e prorrogando prazos de execução».

Foram, também, executadas a 100% as medidas previstas no Programa Nacional de Apoio, tendo sido pagos 65,2 milhões em apoios comunitários.

«Estamos a falar de um setor com um crescimento de 20% no espaço de 5 anos. Temos de acautelar, com políticas públicas, os efeitos negativos desta pandemia no mercado e garantir que continuamos com o ritmo de crescimento que tínhamos antes desta crise sanitária».

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