Fórum Inovação Agroalimentar discutiu desperdício alimentar
O “Fórum Inovação Agroalimentar: Oportunidades e Desafios no Combate ao Desperdício” reuniu, no Dia Mundial da Alimentação, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, a Investigação, a Produção, a Transformação, a Distribuição, a Restauração, Organizações de Defesa do Consumidor e ONGs para debater medidas de combate ao desperdício alimentar.
No evento, promovido pela Secretaria de Estado da Alimentação e da Investigação Agroalimentar, pela Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição, pela Confederação dos Agricultores de Portugal, pela FAO – Organização da ONU para a Alimentação e a Agricultura, pela Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares, pela Fundação Calouste Gulbenkian e pela INOVISA, estiveram em foco temas como: “O Desperdício alimentar: Um problema atual”, “Inovar para não desperdiçar” e “Combate ao desperdício: um compromisso de todos”. Foi ainda apresentado o “Comissariado Municipal de Combate ao Desperdício Alimentar”, iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa, e assinado o Guia “Desperdício Alimentar – Um compromisso de todos!”.
Isabel Mota, administradora da Fundação Calouste Gulbenkian, lembrou na abertura do Fórum que o pão, o leite e a fruta fresca são os alimentos mais desperdiçados pelas famílias portuguesas e que o desperdício ocorre em todas as etapas da cadeia alimentar. Para alcançar a meta do desperdício alimentar zero, a administradora da Fundação Calouste Gulbenkian sugeriu uma sinergia entre as políticas e instrumentos de todos os parceiros.
A diretora-geral da APED, Anta Isabel Trigo Morais, sublinhou que ninguém pode ficar indiferente ao desperdício alimentar e à necessidade de corrigir falhas, e colmatar carências na área. A sugestão para fazer face à realidade passa, de acordo com Ana Isabel Trigo de Morais, pelo contributo de todos: “desde produção, passando pela distribuição até ao consumidor final, a todos cabe assumir o seu papel nesta questão transversal com profundos impactos em âmbitos tão diversos como o ambiente, o económico e até mesmo a saúde pública”.
Uma ideia partilhada por Jorge Henriques, presidente da FIPA, que sublinhou as consequências nefastas que a comida que vai para o lixo traz para a cadeia alimentar. Testemunhou ainda o papel da indústria agroalimentar nacional na redução do desperdício alimentar, em toda a cadeia de valor, tendo esta assumido, num sinal de envolvimento coletivo ao nível da União Europeia, contribuir ativamente para o desafio de reduzir para metade, até 2020, os desperdícios de alimentos que seriam próprios para consumo.
João Machado, presidente da CAP, avançou, por seu turno, que a produção na Europa tem “margem de manobra de progressão” e enfatizou a necessidade de uma política ajustada, por exemplo, a partir do novo Quadro Comunitário. João Machado avançou ainda que a CAP está a desenvolver uma plataforma online onde os agricultores portugueses com excesso de produção poderão colocar os seus produtos, de modo a que o Banco Alimentar ou as ONG e empresas possam ter acesso ao excedentário.
Helder Muteia, Representante em Portugal da FAO e orador no painel “Desperdício Alimentar um Problema Atual”, frisou que o número de pessoas que passam fome baixou de 842 milhões para 805 milhões. Contudo, “a abordagem ao desperdício alimentar deve ser multifacetada”, acrescentou.
Já Isabel Jonet, presidente da Federação Europeia dos Bancos Alimentares, disse que “a luta contra o desperdício faz-se recuperando os excedentes e distribuindo esses mesmos excedentes pelos mais carenciados”.
Ainda durante o evento foi apresentado o Comissariado Municipal de Combate ao Desperdício Alimentar. Assente em cinco pilares - voluntariado, sensibilização, gestão e recolha de alimentos, boas práticas, envolvência com a comunidade –, este comissariado é a resposta da Câmara Municipal de Lisboa ao combate ao desperdício alimentar que começa e acaba na sociedade civil.
Fonte: Vida Rural