publicado a: 2017-04-21

Governo quer duplicar área agrícola biológica

Encontra-se, neste momento, em discussão pública a Estratégia Nacional para a Agricultura Biológica (ENAB). O documento foi apresentado na semana passada pelo ministro da Agricultura Capoulas Santos e pretende, entre outros objetivos, “duplicar a área de agricultura biológica para cerca de 12 por cento da superfície agrícola utilizada”. A região do Alentejo representa 63,8 por cento do total nacional.

O documento agora apresentado estabelece cinco objetivos estratégicos e 10 metas a atingir na próxima década: fomentar a expansão das áreas de produção biológica na agricultura, pecuária e aquicultura; aumentar a oferta de produtos agrícolas e agroalimentares; desenvolver a procura; promover o conhecimento e elevar as competências dos profissionais; e dinamizar a inovação empresarial.
Se estes objetivos estratégicos obtiverem êxito, a área ocupada pela agricultura biológica deverá duplicar e a produção de frutícolas “destinadas ao consumo direto e transformação” será multiplicada por três.
Duplicar a produção pecuária e a capacidade interna de transformação também é uma das metas a atingir, bem como aumentar em 50 por cento o consumo de produtos biológicos.
Para que isso seja uma realidade, o documento prevê um “reforço da capacidade técnica com a duplicação do número de técnicos credenciados” e o aumento “em pelo menos 20 por cento a capacidade de oferta formativa”.
Está ainda previsto a instalação em cada região agrária de uma unidade experimental certificada.

Dos 239 864 hectares ocupados por explorações agrícolas em modo biológico, 63,8 por cento (152 969 hectares) são na região do Alentejo, o que representa 7,8 por cento da superfície agrícola utilizada no todo nacional, existindo 959 explorações na região, tendo cada uma, em média, 160 hectares.
No todo nacional as pastagens e a forragem ocupam 77,6 por cento do espaço, enquanto o olival se fica pelos nove por cento. No polo oposto, e com muita margem de crescimento, aparecem a horticultura (0,6 por cento) e plantas aromáticas (0,5). Os frutos secos (3,7), as culturas arvenses (3,2), a fruticultura (2,5) e a vinha (1,1) são as outras culturas referidas no documento.
A superfície cultivada com pastagens, culturas forrageiras, culturas arvenses, pousio e olival, bem como a horticultura, têm a sua maior representatividade na ocupação cultural das explorações em agricultura biológica do Alentejo. Já a fruticultura aparece dividida entre a Beira Interior e Alentejo.
Em 2015, o efetivo bovino localizava-se essencialmente na região Alentejo, correspondendo a cerca de 69 por cento do total, na Beira Interior com cerca de 18 por cento e no Ribatejo e Oeste com cerca de seis por cento, com o Alentejo a concentrar “o maior número de efetivos pecuários explorados em agricultura biológica da espécie bovina, ovina e suína”.

Fonte: Diário do Alentejo

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