Governo quer recuperar em dez anos 150 mil hectares de floresta perdida
No dia mundial da floresta (ontem), o Governo elegeu a floresta como um "desígnio nacional" pelo seu papel relevante na "criação de emprego e de riqueza". O Executivo de António Costa aponta que há dinheiro europeu disponível para investir e que este processo está a avançar.
"Pensamos que no horizonte de uma década é possível recuperar 150 mil hectares de floresta perdida nos últimos 15 anos", disse o ministro da Agricultura, Florestas e do Desenvolvimento Rural esta segunda-feira, 21 de Março. "Isso implica a actuação em várias frentes desde a prevenção, à replantação, à reconversão, utilizando para tal os instrumentos comunitários à nossa disposição que rondam os 500 milhões de euros ate 2020, mais dois anos para executar", afirmou Luís Capoulas Santos.
As declarações do governante tiveram lugar na cerimónia de lançamento do 1º prémio Floresta e Sustentabilidade, criado pela CELPA – Associação da Indústria Papeleira, que representa as empresas do sector industrial da pasta e do papel, em parceria com o Correio da Manhã e o Jornal de Negócios e com o patrocínio do Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural.
Esta iniciativa pretende premiar os empresários, produtores e proprietários, assim como instituições públicas e privadas que se tenham destacado em projectos para uma floresta sustentável, com os prémios a serem entregues no final deste ano.
Sobre o processo dos fundos comunitários, Capoulas Santos apontou que o mesmo tem "conhecido algumas vicissitudes. Pensamos que agora as principais questões estão desbloqueadas, os períodos para as candidaturas mais relevantes acabaram no final do mês de Fevereiro. Estamos agora a fazer todo o possível para, tão rapidamente quanto possível, avançar com as respectivas aprovações e contratações".
O Ministério da Agricultura está a alocar mais técnicos com o objectivo de "imprimir maior celeridade" ao processo dos fundos comunitários. Nos próximos dias vai ter lugar a abertura de concursos tanto para sapadores florestais como para a aquisição de equipamentos florestais, anunciou.
Antes de estar presente no lançamento do 1º Prémio Floresta e Sustentabilidade, o ministro da Agricultura esteve no concelho de Mação que devido aos fogos florestais em 2003 perdeu quase metade da sua área florestal, 22 mil hectares. Neste concelho está agora a decorrer um inovador projecto de regeneração natural do pinheiro bravo, que permite "com custos mais reduzidos, aproveitar a dádiva que a natureza nos dá. Não sendo eu um especialista na matéria, fiquei verdadeiramente surpreendido com a pujança daquela reparação".
Este projecto permite plantar 100 mil plantas por hectare, "das quais, 50 mil já tiveram de ser desbastadas, para a partir de agora ter já algum aproveitamento económico". Actualmente, existem 300 mil hectares no concelho de Mação nestas condições, com esta "regeneração natural a ter um custo de 500 euros por hectare".
Fonte: Revista Sábado