Grupo de investigadores internacionais visitou povoamentos de pinheiro bravo infetados pela doença d
A FNAPF - Federação Nacional das Associações de Proprietários Florestais acolheu no passado dia 2 de outubro, em Tábua, a visita de campo de cerca de 25 investigadores oriundos de vários países da União Europeia que estão a estudar formas de combater com maior eficácia a doença provocada pelo nemátode da madeira do pinheiro, responsável pela morte, nos últimos anos, de largos milhares de árvores.
A desenvolver investigação no âmbito projecto europeu REPHRAME, os especialistas, que escolheram Portugal e Espanha para o meeting final, visitaram alguns povoamentos florestais afectados pela Doença da Murchidão do Pinheiro que estão a ser intervencionados no concelho de Tábua, pela CAULE - Associação Florestal da Beira Serra, uma Associada da FNAPF.
O grupo teve oportunidade de observar “in loco” os trabalhos que estão a ser executados, nomeadamente de prospecção, marcação e erradicação de árvores sintomáticas, destruição de sobrantes e colocação e monitorização de armadilhas para captura do insecto vetor da doença, tendo concluído que na região da Beira Serra, a CAULE está a realizar um “trabalho gigantesco”.
Coordenador do projecto, o britânico Hugh Evans deu nota da pesquisa que tem estado a ser realizada no âmbito do REPHRAME, cuja informação “ajuda o trabalho que está a ser executado aqui”. “Parece ser uma tarefa impossível identificar todas as árvores infectadas numa área tão vasta e pertencente a tantos proprietários diferentes”, constatou ainda o investigador, confessando-se “particularmente interessado” em estudar “os insectos que transportam o nemátodo de árvore para árvore” e encontrar formas eficazes de o controlar. O projeto é financiado pela União Europeia e está a decorrer há 3 anos e meio, contando com onze parceiros em oito países diferentes.
Também o Chairman da Confederação Europeia da Indústria de Madeira, CEI – Bois, Marc Michielsen considerou este trabalho “muito importante” para um sector que emprega 2,5 milhões de pessoas em toda a Europa, num total de mais de 380 mil empresas.
O presidente da FNAPF, José Vasco Campos, salientou igualmente a importância do trabalho que possa ser desenvolvido pela Investigação, uma vez que se trata de um problema que assume dimensões “muito graves” não só em Portugal, como em toda a Europa. “Tudo o que contribua para que a doença diminua é muito importante para nós, produtores florestais”, afirmou Vasco Campos que fala em centenas de milhares de árvores intervencionadas pela CAULE – marcadas, cortadas e destrúidos os seus resíduos - de forma a “conter esta doença, o que felizmente está a acontecer nesta região”, garante. Apesar de dar a situação como controlada na área de intervenção desta Associação, o presidente da FNAPF entende que “todos estes estudos podem ser muito úteis para o nosso objectivo comum, que é termos um pinheiro bravo resistente ao nemátodo”, pelo que “nesse aspecto a investigação é fundamental”, considerou.
Fonte: AgroPortal