Guerra aberta com o Medronho do Algarve
Os presidentes dos municípios alentejanos de Almodôvar, Ourique e Odemira contestaram o pedido que entrou na Direcção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, para que o medronho produzido na sua região passe a ter a denominação (Indicação Geográfica Protegida) “Medronho do Algarve”.
O pedido foi feito pela Associação de Produtores de Medronho do Barlavento Algarvio, cujos sócios se abastecem regularmente de bagas de medronho produzidos naqueles municípios para fabricar aguardente de medronho.
Os presidentes dos três municípios consideram totalmente abusivo este pedido, uma vez que as bagas de medronho são produzidas e tratadas com todo o cuidado no Alentejo e os algarvios, a única coisa que fazem, é transportá-las e produzir a aguardente.
O medronho fabricado no Alentejo tem características diferentes do algarvio, pelo que seria um crime rotulá-lo como algarvio.
Os autarcas pedem primeiro que o pedido seja retirado, pois, se tal não for feito, irão recorrer para todas as instâncias, no sentido de impugnar qualquer decisão neste sentido.
Este pedido tem caído muito mal junto dos produtores alentejanos, que têm muito orgulho no produto que produzem.
A situação não se mostra, no entanto, muito fácil, uma vez que um aviso publicado no Diário da República define como a área a abranger pelo “Medronho do Algarve”, as freguesias de 13 concelhos algarvios, bem como as freguesias alentejanas de Gomes Aires, Santa Clara-a-Nova São Barnabé e Santa Cruz, em Almodôvar, São Teotónio, Santa Clara-a-Velha e Sabóia, em Odemira e Santana da Serra, em Ourique.
Está, assim, aberta uma pequena guerra do medronho entre o Alentejo e o Algarve.
Fonte: Agroinfo