publicado a: 2016-09-07

Há redes de ladrões de laranjas à solta no Algarve

O director regional da agricultura do Algarve disse esta quarta-feira que o roubo de citrinos na região cresceu bastante este ano, o que provocou grandes prejuízos aos produtores. Os agricultores culpam grupos organizados por esses furtos.

"Há três grandes grupos identificados. Será do exterior, não sei se de Espanha ou se de outro lado. Internamente existem grupos organizados que têm sido identificados e é aquele pequeno furto normal que sempre existiu", explica Fernando Severino, citado pela Lusa.

O director geral da Cooperativa Agrícola de Citricultores do Algarve (CACIAL), Horácio Ferreira, contou que, em meados de Maio, numa só noite foram roubadas dez toneladas de fruta. "Sem terem trabalho nenhum, porque era fruta que nós tínhamos apanhado e estava à espera do contentor para carregar", explicou, acrescentando: "São situações organizadas, pensadas".

A situação ocorre em todo o distrito de Faro e tem obrigado os produtores e organizações de produtores a contratarem serviços de segurança.

"Já estamos a pagar vigilância privada, mas (...) dentro de um pomar de citrinos é quase impossível apanhá-los [assaltantes]. Esta situação tem de ser controlada na fronteira, nas vendas ambulantes e junto às estradas", disse Pedro Madeira, da organização de produtores do sotavento algarvio Frusoal.

Apesar de não conseguir quantificar rigorosamente os prejuízos, Pedro Madeira conta que a Frusoal tem uma capacidade anual média de produção de 30 mil toneladas de laranjas e limões e que calcula que tenham sido furtadas mais de 500 toneladas este ano.

"Além do roubo que já tínhamos a nível interno, [a situação] agravou-se com o aparecimento de grupos organizados espanhóis que têm estado a passar a fronteira", sublinhou.

Pedro Madeira diz que não se trata apenas de suspeitas, porque as autoridades já fizeram algumas detenções.

"Só que a seguir, a justiça não faz nada. Vai [o assaltante] a tribunal e mandam para casa, inclusive com os carros onde é apanhada a fruta", por se tratar de furtos de centenas de euros, mas aquele representante da Frusoal vinca tratar-se de "milhares de roubos".

O director regional de agricultura e pescas do Algarve explicou à Lusa que perante a situação foi criado um grupo que conta com a colaboração da ASAE, da GNR e dos produtores e foi produzido um plano de acção.


Fonte: Diário Económico

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