Idanha diz que captou 60 milhões de euros para agricultura
“Nos últimos três anos, Idanha-a-Nova assegurou 59,2 milhões de euros de investimento direto e indireto para o desenvolvimento de projetos de base rural no concelho”, anunciou hoje o Município raiano.
Os números foram apresentados no quarto evento anual i-Danha Food Lab, que juntou de 8 e 10 de novembro, em Monsanto, “mais de 200 peritos, investigadores, PME, startups e investidores de várias partes do mundo, empenhados em construir o futuro do desenvolvimento rural e da produção alimentar saudável e sustentável”, acrescenta o comunicado.
O i-Danha foi organizado pela Câmara Municipal de Idanha-a-Nova e a aceleradora de base tecnológica Building Global Innovators (BGI), com o alto patrocínio do Instituto Europeu da Inovação e Tecnologia e teve honras de abertura e encerramento por membros do Governo. O evento inseriu-se no programa do evento Histórias da Aldeia, Entre a Noite e a Madrugada”, do ciclo “12 em Rede – Aldeias em Festa”, promovido pela Rede das Aldeias Históricas de Portugal.
No discurso de encerramento, o secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, Nuno Russo, valorizou a iniciativa. “A sustentabilidade é, hoje, algo imperativo, num contexto marcado pelos efeitos inegáveis das alterações climáticas e pela necessidade de adaptação. Aqui, entre os empreendedores, investidores, empresas e startups presentes, gostaria de louvar o i-Danha Food Lab pelo seu espírito inovador, empreendedor, disruptivo e jovem”.
O governante enalteceu a capacidade de zonas rurais como Idanha para dinamizar projetos sustentáveis que “empregam pessoas e atraem mais empreendedorismo, contribuindo para promover o desenvolvimento e a coesão territorial, contrariando o despovoamento e trazendo rejuvenescimento. Idanha pode ser o lugar para recomeçar a agricultura nacional, testar novas soluções e levá-la mais longe”.
Armindo Jacinto, presidente da Câmara de Idanha-a-Nova, explicou a estratégia de desenvolvimento para o território: “Com o i-Danha Food Lab estamos a conseguir alavancar muitas ideias e soluções inovadoras, bem como a incutir muita esperança a quem quer apostar nas temáticas da alimentação e da sustentabilidade. Em especial, é empolgante verificar que são as gerações mais jovens a liderar uma nova visão do mundo com a qual Idanha está claramente alinhada, através do investimento que nos é reconhecido pela Rede Internacional de Bio-Regiões e mesmo pela FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), que este verão também veio aqui a Monsanto para debater estas temáticas”.
A Câmara de Idanha-a-Nova defende há muito a valorização do mundo rural, para que seja olhado como um território de oportunidades, de captação de gente jovem e investimento, de inovação tecnológica e social, no sentido de contribuir para o desenvolvimento sustentável de Portugal.
Alinhado com as estratégias do Governo para desenvolver as regiões rurais, Armindo Jacinto anunciou no i-Danha Food Lab os resultados muito positivos do caminho trilhado por Idanha: “Os números mostram que estamos a atingir fluxos migratórios positivos no concelho de Idanha-a-Nova, pela primeira vez nos últimos 70 anos. Esta inversão migratória significa que hoje começam a mudar-se mais pessoas para este território rural do que as que saem: ou seja, aqui temos futuro com qualidade de vida, sustentabilidade ambiental e uma economia competitiva”.
“Com efeito, além do investimento assegurado já atingir os 60 milhões de euros – incluindo projetos empresariais acelerados pelo i-Danha Food Lab, mas também outros que se têm fixado em Idanha-a-Nova –, também o número de postos de trabalho criados nos últimos anos já atinge o meio milhar”, lê-se ainda na nota de imprensa.
Na apresentação dos resultados, o CEO da BGI, Gonçalo Amorim, fez o balanço do investimento já captado, mas lembrou também “o impacto na criação de centenas de postos de trabalho, nos impostos arrecadados por via das transações e por toda a economia que é gerada em torno destes projetos, bem como a utilização de milhares de hectares que estavam subaproveitados ou sem utilização”.