Impacto das alterações climáticas para o setor vitivinícola
A vitivinicultura, face às relações entre condições climáticas, produção e qualidade, encontra-se muito ameaçada pelas alterações climáticas. É fundamental avaliar o impacto destas e aplicar estratégias de adaptação que garantam a sustentabilidade deste setor para as próximas décadas.
A Península Ibérica é uma das regiões do mundo onde se espera que os efeitos das alterações climáticas (AC) sejam mais acentuados. Em Portugal, onde o setor vitivinícola apresenta uma forte importância social e económica, com um volume de exportações em 2014 de cerca de 730 milhões de euros, cerca de 50% da área de vinha está em zonas muito suscetíveis às AC. Assim, importa analisar os cenários previstos para Portugal e estimar a sua influência na produção vitícola. Após esta fase estaremos em condições de propor as estratégias, quer de curto prazo quer a médio/longo prazo, mais eficazes para minimizar os efeitos das alterações climáticas.
É importante salientar que os efeitos das AC já se fazem sentir entre nós. Desde os anos 80 que se observa um aumento da temperatura na Península Ibérica, particularmente durante o verão. Desde os anos 80 que se observa um aumento da temperatura na Península Ibérica, particularmente durante o verão. Também a frequência de dias quentes, noites tropicais e vagas de calor tem vindo a aumentar desde a segunda metade do século XX. A precipitação tem apresentado uma tendência inversa. Já o nível do mar, tendo como base, por exemplo, o Marégrafo de Cascais (que apresenta uma das maiores séries temporais a nível mundial), tem vindo a aumentar durante grande parte do último século e de forma mais acentuada nas últimas décadas.
Fonte: Vida Rural