Ministra da Agricultura admite “excesso de oferta” de alimentos
Está a ser avaliada a possibilidade de alargar a distribuição de alimentos a outras instituições que apoiem as famílias com maiores necessidades.
A ministra da Agricultura disse na quinta-feira que se registou uma retração no consumo, devido à pandemia de covid-19, que potenciou um excesso de produção, estando ainda a avaliar novas formas para canalizar este excedente.
“Não tivemos quebras na cadeia de abastecimento. Não faltaram fatores de produção, não faltaram transportes para as mercadorias, nem trabalhadores. O que está a acontecer no nosso país é um excesso de oferta por diminuição da procura”, disse Maria do Céu Albuquerque, em resposta aos deputados, numa audição na comissão parlamentar de Agricultura e Mar.
A governante justificou esta situação com as alterações registadas nos padrões de consumo, por exemplo, na redução do número de deslocações ao supermercado e escolha de produtos não perecíveis, bem como com o encerramento de restaurantes e hotéis.
Durante a sua intervenção, Maria do Céu Albuquerque vincou ainda que o executivo está a incentivar os consumidores a comprarem produtos nacionais, acrescentando que a retração do consumo não é um fenómeno sentido apenas em Portugal.
Para Maria do Céu Albuquerque, o facto de Portugal ser abrangido pela Política Agrícola Comum (PAC) tem permitido que este setor, apesar dos prejuízos registados, não seja o mais afetado pelo novo coronavírus.
A ministra da Agricultura lembrou também que o Governo já retirou alguns produtos do mercado, como pequenos frutos, equilibrando a oferta e apoiando os produtores, aguardando agora “luz verde” de Bruxelas para alargar esta possibilidade a outras categorias de alimentos.
De acordo com o ministério, este excedente é destinado a instituições particulares de solidariedade social, bem como ao Banco Alimentar.
Porém, está a ser avaliada a possibilidade de alargar a distribuição destes alimentos a outras instituições que apoiem as famílias com maiores necessidades.
Adicionalmente, em cima da mesa está a hipótese de, caso ainda sejam registados excedentes, após estas medidas serem postas em prática, os mesmos serem entregues a jardins zoológicos.