Nova bactéria pode atacar oliveiras e amendoeiras em Portugal
O impacto económico no setor agrícola pode ser "muito elevado", alerta ao CM Luís Mira, da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP). A xylella fastidiosa, uma bactéria que ataca oliveiras e amendoeiras obrigando à destruição, arranque ou queima, ameaça o olival português.
A praga ainda não chegou a Portugal mas já levou ao reforço da monitorização das plantações, confirma ao CM o Ministério da Agricultura. O aperto no controlo surge depois da deteção da bactéria em Alicante e nas Ilhas Baleares, Espanha.
Henrique Herculano, do Centro de Estudos e Promoção do Azeite, admite haver preocupação dos produtores, mas confia no plano de contingência aplicado pela Direção-Geral de Alimentação e Veterinária. Considera apenas insuficiente não estarem previstas medidas compensatórias em caso de doença.
A bactéria chegou à UE em 2013, ao Sul de Itália, tendo obrigado à destruição de um milhão de oliveiras. Por isso já foi apelidada de "ébola das oliveiras".
Não tem cura, pode demorar meses a matar uma árvore e, quando detetada, a solução passa pelo arranque e queima das árvores afetadas ou em risco de o ser. É resistente, pelo que os terrenos podem ficar interditos a novos cultivos durante anos.
Além disso, depois de plantada uma nova oliveira, pode demorar décadas a dar retorno ao produtor.
Medidas compensatórias "imprescindíveis"
Não estão ainda previstas medidas para compensar os agricultores europeus afetados pela praga, apesar de a possibilidade estar a ser analisada em Bruxelas. Para a CAP, "tais medidas são imprescindíveis".
No Plano de Contingência criado pelo DGAV, em 2016, está prevista a monitorização de árvores, controlo de plantas importadas.
Em caso de suspeita de contaminação, os produtores deverão comunicar imediatamente a ocorrência aos serviços fitossanitários das direções regionais de Agricultura.