Ovelha com gene «luminoso» de água-viva entra na cadeia alimentar
Uma ovelha geneticamente modificada com uma proteína de água-viva, utilizada em pesquisas científicas na área de cardiologia em França, acabou por ser enviada para um matadouro do país e vendida para consumo, lançando novos debates sobre a segurança alimentar.
O caso envolve o Instituto Nacional de Pesquisa Agronómica (Inra) de França, que, entre outras actividades, desenvolve programas científicos na área médica utilizando animais.
«O primeiro erro foi colocar a ovelha geneticamente modificada num lote com animais normais, de criação. Em seguida, esses animais foram transferidos para o matadouro. Dessa forma, a ovelha, que não deveria estar nesse rebanho, entrou na cadeia alimentar», declarou o presidente do Inra, Benoît Malpaux.
O ministro da Agricultura, Stéphane Le Foll, disse que o incidente «é inaceitável» e pediu ao Inra para realizar, até ao final do mês, um relatório sobre o problema.
A ovelha Rubi, que com grande probabilidade foi parar na mesa de um consumidor, tinha uma proteína extraída da medusa, a GFP (sigla em inglês para Proteína Verde Fluorescente), que torna as células fluorescentes e deixa a pele translúcida.
Essa proteína é usada em experiências científicas; confere luminosidade a outras proteínas ou genes e permite que cientistas acompanhem os movimentos e comportamento destes.
A ovelha fazia parte de uma pesquisa do Inra para estudar o transplante de células utilizadas para restaurar a função cardíaca após um enfarte do miocárdio.
Fonte: Diário Digital