Polvo: pescaria no Algarve com Cogestão
O processo de criação do comité de cogestão do polvo no Algarve foi formalmente lançado, depois de mais de 51% dos pescadores, com licença para estas artes na região, terem concordado com a implementação deste procedimento de gestão.
Este procedimento surge como consequência dos resultados do projeto ParticiPESCA, cujos trabalhos, relativos à implementação da cogestão, contaram com apoio público no âmbito do programa Mar2020, na ordem dos 230 mil euros.
Durante dois anos, o projeto envolveu 15 Associações de Pescadores e Organizações de Produtores, que representam mais de 700 pescadores de toda a região, além de outras entidades ligadas à pescaria, como a administração, comunidade científica, organizações não-governamentais e sociedade civil.
Sublinhando a importância dos sistemas de cogestão, a Ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes, destacou que "a sustentabilidade dos recursos marinhos é uma prioridade para o governo português. E, por essa razão, trabalhamos continuamente com os profissionais da pesca, com os agentes do território, com a academia e com os cidadãos, tendo sempre em vista a salvaguarda dos ecossistemas e a renovação dos stocks, bem como a garantia do justo rendimento dos nossos pescadores e a viabilidade da atividade. Este trabalho, que a todos orgulha, coloca Portugal na vanguarda da gestão participada e sustentável das pescas a nível europeu".
"Com a criação do comité de cogestão, estaremos todos de braços dados na construção dos processos de regulamentação, monitorização e fiscalização da pesca do polvo no Algarve, dando-se a feliz coincidência de podermos fazer este anúncio no dia Mundial do Polvo", explica Rita Sá, Coordenadora de Oceanos e Pescas da ANP|WWF (Associação Natureza Portugal | World Wide Fund for Nature).
Representando mais de metade dos 46 milhões de euros gerados nas lotas do continente, o polvo assume especial preponderância no Algarve. Assim, a pesca deste molusco segue, nesta região, os passos formais que foram traçados, de forma pioneira, pela Cogestão da Apanha de Percebe na Reserva Natural das Berlengas, cujo comité foi criado e instalado, oficialmente, a 28 de março de 2022.