Portugal vai ter, pelo menos, mais um mês de seca e falta de chuva
A falta de chuva e a seca que atingem todo o continente de Portugal devem prolongar-se e agravar-se durante pelo menos mais um mês, até ao final de abril.
É isso que mostram as previsões de médio prazo do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), com o presidente a sublinhar que a tendência previsível "não é otimista para o próximo mês pois aponta mais uma vez para uma anomalia negativa de precipitação e uma pequena anomalia positiva de temperatura, com efeitos muito importantes em áreas que dependem do tempo como a agricultura".
Em entrevista à TSF, Miguel Miranda detalha que o país está numa situação com chuva inferior ao normal e temperatura acima do normal desde praticamente o início do ano.
Pior, "no ano passado estivemos meses sucessivos a bater recordes de temperatura e de falta de precipitação que vinham desde a década de 1930, numa situação que se tem prolongado e que infelizmente também afeta o resto da Península Ibérica e parte da Bacia do Mediterrâneo".
Miguel Miranda diz que o que ainda diminui os impactos desta falta de chuva são as fortes chuvas que caíram em novembro, mas destaca que "tudo tem um limite" e as imagens que chegam dos campos mostram fatores de stress relevantes como solo seco e pedaços de terra em torrões com uma forte insuficiência de precipitação, prevendo-se efeitos importantes nas culturas agrícolas que não são regadas".
A previsão mais negativa para abril afeta sobretudo o Centro e Norte de Portugal Continental.
O responsável do IPMA não quer, no entanto, entrar em dramatismos, sublinhando que a água para abastecer as populações não estará em causa. Os maiores problemas deverão sentir-se na agricultura.