publicado a: 2018-12-28

Portuguesa com a melhor tese de doutoramento em temas agrícolas da Península Ibérica

O trabalho foi distinguido pela Fertiberia, empresa espanhola líder
no setor de fertilizantes na União Europeia, com o prémio Accésit 2018,
galardão que premeia a melhor tese na área da agricultura e
fertilização.
A investigadora portuguesa, que desenvolveu o doutoramento na área da
Biotecnologia, com especialidade em Ciências Ambientais e Engenharia e
que foi orientada por Marta Vasconcelos, também ela investigadora da
Católica no Porto, recebeu, esta semana, em Madrid, um prémio seis mil
euros.
Carla Sofia Santos explica que, na tese, «foram estudados os
mecanismos moleculares, fisiológicos e bioquímicos associados à absorção
e transporte de ferro em plantas com carência de ferro, por forma a
identificar e desenvolver marcadores com potencial a serem utilizados em
estratégias de biofortificação de plantas para aumentar o seu conteúdo
de ferro».
A investigadora acrescenta, ainda, que se estudou «uma classe de
quelatos de ferro nunca testada em contexto agronómico, tendo-se
verificado que estes novos compostos eram mais eficazes e menos tóxicos
para o ambiente quando comparados com a alternativa comercial».
«Os compostos demonstraram possuir, igualmente, um grande potencial na correção da clorose férrica», conclui.
Refira-se que a carência de ferro é muito frequente a nível
agronómico e é, por isso, induzida principalmente em solos alcalinos e
com elevado teor de calcário ativo, propícios à insolubilização do ferro
disponível.
Neste sentido, o ferro assume-se como um elemento indispensável na
formação da clorofila das plantas, sendo que a sua carência prejudica
seriamente o desenvolvimento da planta e, por conseguinte, a produção
final, quer em termos qualitativos quer quantitativos.
A investigadora portuguesa recebeu o prémio no Ministério da
Agricultura e Pesca, Alimentação e Ambiente, no âmbito da XX edição dos
Prémios Fertiberia. Foi recebida pelo secretário-geral da Agricultura,
Fernando Miranda, e pelo presidente do Grupo Fertiberia, Javier Goñi del
Cacho.

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